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sexta-feira, dezembro 20, 2024

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Sergio Moro: “Não devemos antecipar o caos na segurança”

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Para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ainda é cedo para se falar em consequências do isolamento social para combater o coronavírus na segurança pública. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo nesta terça-feira (14), o ministro falou sobre as principais medidas tomadas pela pasta para auxiliar no enfrentamento à pandemia no Brasil e disse considerar “legítima” a preocupação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com e economia.

“Acho que não devemos antecipar o caos, porque o caos não necessariamente vai ocorrer”, disse Moro sobre possíveis atos de vandalismo e saques como consequência da quarentena. “Todas as medidas necessárias a preservação da ordem pública e da segurança têm sido tomadas pelo governo federal, pelos governos dos estados e até mesmo pelos governos municipais. Estamos tentando trabalhar em conjunto para que esses piores cenários não aconteçam, ou se acontecerem, estejamos preparados. Mas eu não acho salutar ficar antecipando probabilidades quando não se tem isso como provável”, completou Moro.

Moro evitou comentar as divergências entre Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mas disse considerar “legítima” a preocupação do presidente com a economia durante a pandemia. “O isolamento tem que ser o necessário para impedir a disseminação do coronavírus. Existe uma preocupação legítima do presidente com a questão de renda, de empregos. Não e PIB, não é percentual do PIB crescendo, é a questão da vida das pessoas. Agora, do outro lado existe a questão da saúde, que é fundamental. E essas medidas de isolamento têm sido adotadas para impedir a disseminação dessa epidemia. A grande questão é qual o grau de isolamento necessário”, defendeu Moro.

Existência de facções e milícias não pode ser empecilho para o acesso à saúde da população Moro também comentou a fala do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que disse na semana passada que vai dialogar com lideranças de facções e milícias para enfrentar o coronavírus em regiões vulneráveis do país.

“Existe alguns locais em que é firmado esse controle territorial dessas facções. Isso significa que de alguma forma o estado, não vou dizer interagir com as organizações, mas ele vai ter que ir até mesmo a esses locais”, afirmou Moro.

Para o ministro, porém, a declaração de Mandetta foi prematura. “Não existe nenhuma sinalização de isso seja mesmo necessário. Acho que apenas o ministro quis dizer que a saúde não pode faltar a ninguém, basicamente isso. Mas claro que todo mundo, quem vive seja em aldeias indígenas, quem vive nos centros urbanos, quem vive nessas comunidades mais favorecidas, todos têm que ser atendidos pela saúde. Eventual existência de uma facção criminosa no local não pode ser um empecilho”, completou Moro.

Para Moro, a situação dos presídios brasileiros em relação à disseminação da Covid-19 está sob controle. “O ambiente prisional se encontra relativamente sob controle. Não temos a ilusão de poder isolá-lo completamente do mundo externo, surgiram alguns casos nessa última semana, mas eu diria que a situação até o momento está sob controle. O que não significa que não haja uma necessidade de se cuidar”, afirmou Moro.

Segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o Brasil tem 26 casos confirmados de coronavírus em unidades prisionais – 23 só no Distrito Federal. Há ainda 145 casos suspeitos aguardando confirmação.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) chegou a emitir uma recomendação aos juízes para reavaliação de prisões provisórias e de presos que façam parte do grupo de risco.

Moro criticou publicamente a medida nas redes sociais. “Ao contrário do que se afirmou por aí não existe nenhuma oposição absoluta do Ministério da Justiça em relação a recomendação. No entanto, apenas foi destacado em algumas manifestações minhas públicas, que dever-se-ia evitar a colocação em liberdade de presos perigosos, pessoas responsáveis por crimes graves, com elevada violência contra a pessoa ou pessoas relacionadas a facções criminosas”, disse Moro à Gazeta do Povo.

Moro diz que crimes cibernéticos podem aumentar na quarentena
Moro também afirmou que ainda é cedo para avaliar se determinados tipos de crimes podem cair durante a quarentena por causa da menor circulação de pessoas nas ruas. Segundo o ministro, os dados preliminares sobre essas estatísticas ainda são contraditórios, mas há uma tendência de aumento nos crimes cibernéticos.

“Em especial, que tem se destacado no mundo inteiro, é um provável crescimento do crime cibernético”, disse. Moro ressaltou que trabalha junto com o Ministério da Cidadania e com a Caixa Econômica Federal para evitar fraudes nos programas de benefícios econômicos concedidos pelo governo federal, como o auxílio emergencial para informais.”

(Fonte: Gazeta do Povo).

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