Toda a trajetória de Sérgio Moro no Ministério da Justiça foi pautada na promessa do combate à corrupção. Ele aceitou o posto com o compromisso de carta branca do presidente Jair Bolsonaro para coordenar o ministério e, em especial a Polícia Federal, onde ele tinha como seu aliado o então diretor-geral da PF Maurício Valeixo. A decisão de demiti-lo, sem a concordância do ministro, representou um rompimento nessa liberdade inicialmente prometida. A saída de Moro tem o poder de afetar a aceitação do presidente perante o seu eleitorado, visto se tratar de um dos nomes – senão o nome – mais populares do seu governo.
Se a fala do agora ex-ministro Sérgio Moro sobre a tentativa de o presidente Bolsonaro interferir na Polícia Federal se confirmar, o mandatário incorrerá em crime de responsabilidade, pois isso representa uma afronta aos princípios institucionais e as instituições, como a Polícia Federal, que é a polícia judiciária, têm autonomia. Se isso vier a ocorrer, caracteriza crime de responsabilidade e é motivo para pedido de impeachment. A narrativa de Moro é muito séria e precisa ser aprofundada.
a saída de Moro, na atual conjuntura do País e do mundo, com o avanço da pandemia do novo coronavírus, fragiliza as instituições brasileiras e traz, de uma maneira ainda que indireta, uma grande insegurança, não apenas no campo jurídico. As manifestações foram graves, devem ser apuradas e se forem confirmadas, cabe sim pedido de impeachment do mandatário.
(Fonte: Broadcast).