O Presidente Jair Bolsonaro comentou, na manhã desta quinta-feira 30, sobre a decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que barrou a posse do diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre Ramagem. “Eu respeito a Constituição e tudo tem um limite. Eu ainda não engoli essa decisão”, disse o presidente.
“Se [Ramagem] não pode estar na Polícia Federal, não pode estar na Abin [Agência Brasileira de Inteligência]. No meu entender, uma decisão política”, declarou.
Após a decisão de Moraes, a Advocacia-Geral da União havia anunciado que não recorreria ao caso. O presidente desautorizou essa decisão e obrigou que a união recorra. “É dever dela recorrer. Quem manda sou eu e eu quero o Ramagem lá”,afirmou o capitão.
“Não justifica a questão da impessoalidade. Como o senhor Alexandre de Moraes foi parar o Supremo? Amizade com o senhor Michel Temer, ou não foi?”, disse o presidente.
Ramagem era diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para comandar a Polícia Federal. O problema é que o escolhido é amigo próximo da família do presidente, o que aumentou as especulações sobre uma tentativa de interferência política de Bolsonaro na PF.
Em sua decisão, Moraes ressalta que o presidencialismo garante amplos poderes para o presidente, mas exige o cumprimento de princípios constitucionais e da legalidade dos atos.
A vaga para o cargo estava aberta desde que o presidente decidiu demitir, na última semana, o ex-diretor geral da PF, Maurício Veleixo. A decisão resultou também na demissão do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, o ministro mais popular do governo.
Ao anunciar sua saída, Moro acusou Bolsonaro de demitir Veleixo para interferir nas decisões da Polícia Federal, que investiga um dos seus filhos. O ex-integrante do governo disse, também, que o presidente não estava lhe dando carta branca para combater a corrupção como havia sido prometido em 2018, quando Moro aceitou o cargo oferecido pelo capitão.
(Fonte: Carta Capital).