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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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A finitude e a prática do bem – Por Paulo Cordeiro Saldanha

O escritor Paulo Cordeiro Saldanha tem 11 livros publicados

Nas minhas reflexões sobre a morte, da qual antes sentia tanto medo, sobrevém a certeza de que, entre os animais, o homem é o único que sabe que tem começo e fim!

É uma constatação que assusta a alguns, mas que na doutrina espírita encontra um lenitivo, porque nela se diz que, aqui no planeta a vida é transitória, porém noutra dimensão é onde encontraremos a verdadeira vida…

Antes, o receio de morrer residia na preocupação com os filhos, que poderiam perder a presença masculina no lar. Hoje, todos adultos, uma tênue aflição perpassa pela ideia se poderei conviver muitos dias com todos os netos, se Deus me permitir…

Assegura a doutrina espírita que a vida neste planeta (que considera secundário), é para uma espécie de expiação, por faltas antes cometidas, e que, agora, na busca de um aprimoramento negado em vidas passadas, nos dá a chance de uma recuperação moral.

E essa consciência da finitude nem sempre é considerada pelas pessoas que se encaminham, desde que o mundo é mundo, para a maldade e para as transgressões, deixando de optar pelo bem, quando nem dos mandamentos de Deus (as 12 Tábuas) se valem para praticar a virtude.

Não nos esqueçamos que a omissão e a negligência serão ponderações analisadas pelos Anjos, Arcanjos e Querubins sobre a nossa atuação terrena.

Até porque, se na justiça dos homens a omissão e a negligência são ponderadas como faltas graves, imaginemos do que poderá prevalecer como punição divina àqueles que cultivem esses dois pecados…

Particularmente a mim, que amo viver, reconheço a nossa finitude, a partir da decadência física que nos impele a tentar cuidar do corpo e da mente, visando a coroar esforços para manter a nossa estrutura corpórea apta a enfrentar a velhice, embora saibamos que, na outra ponta, há um sininho a nos lembrar das limitações impostas pelo correr dos anos, razão de sermos empurrados para a reflexão sobre as ações e decisões que tomamos nesta vida, inclusive porque todos (ou quase todos) temos a consciência de que eterno só Deus.

Ora, desconhecer o princípio de que somos finitos e que devemos zelar do corpo e da mente e esquecer, além do mais da pratica do bem, sermos generosos, altruístas, idealistas, cultivando, assim a compaixão e a misericórdia, não é elevar hinos à inteligência e à sabedoria.

Sendo de formação católica, mesmo assim, me encaminho para o pensamento espírita que o mal praticado aqui neste planeta, só poderá ser reparado via uma reencarnação, acaso o arrependimento e a expiação surjam de maneira sincera no novo horizonte de nossas vivências. Só assim a nossa evolução moral será autorizada. Para tanto, o livre arbítrio será sempre permitido.

E essa liberdade outorgada nos leva a cultivar o mandamento de Ella Wheler Wilcox “Tu és o arquiteto do teu próprio destino. Trabalha, espera e ousa”…

Marta Antunes de Moura nos alerta, referindo-se a Emmanuel, que “a provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual”.

E poderia acrescentar o pensamento rotariano que induz à filosofia quando se refere a necessidade de fazer o bem: “Dar de si, antes de pensar em si; mais se beneficia quem melhor serve” e o Clube Lyons caminha na mesma direção com a sua filosofia “Quem não vive para servir, não serve para viver”.

Importa dizer que, na vida da raça humana, é imprescindível o fazer o bem, jamais o mal. Fazer o bem é o que importa nessa travessia, cuja ponte nos leva a um percurso relativamente longo, desde o nosso nascimento até nossa morte.

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