As áreas com alertas de desmatamento em Rondônia em maio de 2020 correspondiam a 68 km². Em maio deste ano o número saltou para 137 km². Isso equivale a um aumento de 101%, segundo dados divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), nesta quarta-feira (16).
Em toda a Amazônia Legal, apenas em maio de 2021, o instituto calcula que uma área de floresta quase do tamanho do município do Rio de Janeiro foi desmatada. Foram detectados 1.125 km² de desmatamento no período. Esse é o maior saldo da série histórica para o mês dos últimos 10 anos.
Rondônia foi o 4ª estado que mais desmatou em maio deste ano, entre os estados da Amazônia Legal. A maior porcentagem de desmate ocorreu no Pará (37%), seguido do Amazonas (23%).Desmatamento detectado em maio de 2021(%)3737232320201212443311ParáAmazonasMato GrossoRondôniaAcreMaranhãoRoraima010203040Fonte: Imazon
E Porto Velho é a única capital no ranking das 10 cidades com níveis mais críticos de desmatamento:
- Altamira (PA)
- Lábrea (AM)
- São Félix do Xingu (PA)
- Novo Progresso (PA)
- Porto Velho (RO)
- Apuí (AM)
- Colniza (MT)
- Itaituba (PA)
- Novo Aripuanã (AM)
- Nova Bandeirantes (MT)
O Imazon classifica o desmatamento como “o processo de realização do “corte raso”, que é a remoção completa da vegetação florestal”. Em grande parte, essa mata é transformada em áreas de pasto. Entre os territórios com maiores índices de desmatamento estão:
- 66% em áreas privadas ou sob estágios de posse,
- 17% em assentamentos,
- 15% em unidades de conservação e
- 2% em terras indígenas.
Olhando especificamente para as terras indígenas, o levantamento mostra que a Karipuna, localizada nos municípios de Porto Velho e Nova Mamoré, continua entre as mais ameaçadas do país.
Terras indígenas em situações mais críticas
- TI Apyterewa (PA)
- TI Kayabi (MT/PA)
- TI Piripkura (MT)
- TI Kayapó (PA)
- TI Cachoeira Seca do Iriri (PA)
- TI Karipuna (RO)
- TI Trincheira/Bacajá (PA)
- TI Bacurizinho (MA)
- TI Enawenê Nawê (MT)
- TI Arara do Rio Branco (MT)
Em maio, indígenas do povo Karipuna entraram com ação na Justiça Federal de Rondônia pedindo proteção à Terra Indígena. A petição foi direcionada à Fundação Nacional do Índio (Funai), União e Estado de Rondônia.
Segundo as investigações, no entorno da TI várias pontes haviam sido construídas por invasores, que buscam ocupar e desmatar. Durante a operação seis pontes clandestinas foram destruídas, assim como outros objetos usados ilicitamente na região. (G1)