NOVOS PROBLEMAS QUE AFLORAM, ESPECIALMENTE A GUERRA RUSSIA/UCRANIA, PODEM COMPROMETER O PROCESSO DA GLOBALIZAÇÃO QUE PARECIA INEXORÁVEL.
A pandemia mostrou ao mundo todo o quanto as respostas a emergências mundiais requerem esforços conjuntos, em que nem sempre um país sozinho pode dar conta. Hoje o mundo realmente está globalizado, e esse processo exige atenção redobrada às consequências de decisões tomadas, que acabam refletindo na vida de milhões de pessoas. A globalização que se intensificou após a queda do muro de Berlim, não foi apenas econômica, mas cultural, social, política. Há muitos novos desafios diante dessa realidade, bastante complexa, que impõe a necessidade de maior intercâmbio daqueles que têm poder de decisão, tanto na esfera pública, quanto privada. Daí a importância de fóruns, eventos, encontros e debates que vem produzindo relatórios, diagnósticos da situação e indicação de soluções aos inúmeros novos problemas que surgiram. Em Estados realmente democráticos esse debate se faz necessário, e as melhores iniciativas devem passar pelos parlamentos, para que a adesão às novas propostas tenham o consenso e correspondam a melhorias efetivas da sociedade.
Com a guerra da Rússia x Ucrânia, vimos novamente a necessidade da atenção redobrada. Putin chegou a fazer ameaças de usar armas nucleares, no começo do conflito, algo que não ocorria desde os anos da Guerra Fria. A ameaça nuclear realmente existe, e torna-se preocupante, o que exigirá dos organismos internacionais, especialmente a ONU, não apenas uma revisão da legislação internacional existente, mas meios mais eficazes para evitar que um ato de insanidade provoque uma devastação planetária. Ainda não sabemos quais os desdobramentos da atual guerra, mas a situação deu o alarme para as lideranças mundiais de que não há segurança garantida de que não será usada armas nucleares, em algum momento, podendo fazer milhões de vítimas, com perdas de vidas humanas mais do que danos materiais. O tema voltou a preocupar os especialistas, que certamente buscarão medidas para conter o ímpeto dos governantes tentados a usar as armas nucleares.
Também a questão ambiental continua sendo objeto de debate no mundo todo. Há muitas controvérsias quando se trata do tema, pois há evidentemente muitos interesses econômicos e políticos em jogo, daqueles que querem se favorecer da exploração de novas fontes de energia, como estamos vendo, por exemplo, a questão do consumo do gás na Europa, outro pivô de conflitos entre Estados Unidos e Rússia, deixando a Europa vulnerável diante dessa questão. Tudo isso tem mostrado que a globalização, decorridos trinta anos desde a queda do muro de Berlim, tem trazido mais problemas do que soluções, o que explica por exemplo o ceticismo dos britânicos que votaram pelo Brexit, em 2016. A tão sonhada integração dos povos não tem sido tão fácil se consolidar. O problema da imigração na Europa, mostra muitos barris de pólvora que podem explodir, a qualquer momento, levando os países a voltarem a defender bandeiras nacionalistas, em vista das apreensões existentes. Não podemos, portanto, afirmar que a globalização é um processo inexorável, pois certamente haverá muitos ajustes nesse processo, para que pessoas e nações do mundo todo, tenham garantidas a liberdade e a segurança.
