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A longa agonia do Rio Palmeira

Espigão do Oeste/RO – Desde o inicio da colonização desta terra, quando os primeiros mateiros se embrenharam nas picadas, saindo de Pimenta Bueno para as terras da Colonizadora Itaporanga, encontravam nas margens daquele rio de águas caudalosas e límpida uma referencia para o descanso.

A picada foi tomando forma de estrada. A pinguela de troncos feita pelos pioneiros se transformou em ponte de madeira. Com o tempo veio o concreto e o rio continuou ali imponente, suprindo o povoado em todas as suas dependências. Por muito tempo o rio Palmeira foi à única opção de lazer das famílias que ali vinham para banhar em suas águas ou para pescar.

Em ritmo acelerado o pequeno povoado foi crescendo, se tornando uma progressista cidadezinha. E para atender as necessidades primordiais dessa massa humana novamente surge ele para cumprir o seu papel social. Bombas e canos passaram a sugar suas águas e levar até as residências para jorrar nas torneiras. Mas o tempo e o descaso apoiado na desculpa do desenvolvimento desenfreado, foram, com o passar dos anos, cobrando um preço muito alto do velho rio.

As matas ciliares que antes protegiam os seus barrancos foram caindo, dando lugar às pastagens. Seus afluentes, pequenas veias que irrigavam o seu leito, passaram a ser represados para dar de beber aos crescentes rebanhos que começaram a se formar no município. Suas margens passaram a sofrer a ação do homem com toda sorte de ataques. Se não bastasse isso, os agrotóxicos usados sem controle pelos proprietários para combater as pragas nas pastagens chegaram até as suas águas, causando um mal irreversível.

Seus peixes tão abundantes em épocas remotas foram desaparecendo junto com toda a vida animal, quebrando assim o elo que sustentava todo o seu ecossistema. Sem ter como se defender de tantos crimes ambientais, o velho e imponente rio foi se entregando, perdendo a sua majestade. Suas águas antes limpas e de correntezas revoltas foram se amarelando, diminuindo as forças, se dobrando vencidas até se transformarem em um manso regato.

Hoje com tristeza percebemos que três décadas após as primeiras pessoas se servirem de suas águas, o rio Palmeiras não é mais nem a sombra do que foi, porém mesmo agonizando, continua a cumprir o seu destino, do rio largo de outrora, hoje é apenas um filete de água que teima em serpentear pelo seu leito arenoso entre os seixos e os troncos de madeiras expostos ao sol, como um trágico monumento, tristes lembranças de sua imponência de outros tempos.

Mesmo diminuído pela ação predadora do homem durante tanto tempo, o velho rio ainda tem forças para doar o que sobrou de suas águas para continuar a matar a sede de seu povo, mas quando não restar mais nenhuma poça de água para ser bombeada para as torneiras das casas, onde o município irá encontrar outro substituto para o exaurido rio. Talvez quando a população acordar para tentar fazer alguma coisa pelo rio será muito tarde. As novas gerações herdarão apenas um grande sulco, rasgando a terra, onde as pedras e a lama serão as únicas lembranças de que um dia ali existiu um rio chamado Palmeira.

Autor – Luizinho Carvalho
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