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segunda-feira, dezembro 23, 2024

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Bolsonaro reforça palanques estaduais e foca nas regiões Nordeste e Sudeste

Com a base governista ampliada após a janela partidária, presidente costura apoios contra Lula

(crédito: Evaristo Sá/AFP)  – Fortalecidas com o encerramento da janela partidária, as legendas de centro-direita começam a se debruçar no passo seguinte: consolidar os palanques estaduais para a reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

Na comparação com a eleição de 2018, há uma diferença clara: os palanques ligados ao presidente ficaram mais robustos e mais ligados à política tradicional. Bem diferente das eleições passadas, quando o então candidato ao Planalto se projetou com um discurso antipolítica.

Em 2022, é possível vislumbrar cenários mais consolidados de apoio ao presidente. A popularidade de Jair Bolsonaro cresce nas regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, mas enfrenta dificuldades no Nordeste, majoritariamente favorável ao pré-candidato do PT, o ex-presidente Lula.

Em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, Bolsonaro está preparando candidaturas que podem atrapalhar a vida dos favoritos nas pesquisas. Ministros bem avaliados foram instados a entrar na disputa eleitoral.

Além de azeitar as candidaturas estaduais, a estratégia bolsonarista inclui outras armas. A máquina de propaganda governamental opera em ritmo intenso, e um pacote de bondades para o eleitor vem sendo desembrulhado na medida em que o staff político do presidente identifica alguma oportunidade de conquistar votos.

Para João Roma, o maior crescimento da bancada do PL e o fortalecimento do PP e do Republicanos “mostram uma tendência, percebida pelo próprio Parlamento, de um vetor de força para a reeleição do presidente Bolsonaro”.

Na Bahia, com a bandeira do bolsonarismo, Roma vai enfrentar duas forças dominantes no estado: o PT e o União Brasil. “Vemos a Bahia desconectada, o PT de um lado, ACM Neto sem vinculação nacional (de outro), e eu vinculado ao presidente Bolsonaro, querendo mostrar esse novo caminho para a Bahia”, descreve Roma.

Ajuda do Centrão

Nomes como o de Roma ou de Anderson Ferreira (PL), ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes (PE) e pré-candidato do PL ao governo do Pernambuco, são construções políticas montadas com a ajuda dos caciques do Centrão para alterar a correlação de forças nos estados nordestinos, onde as pesquisas de opinião registram as maiores taxas de rejeição ao governo Bolsonaro e amplo favoritismo para Lula.

“A maior parte dos diretórios inaugurados estão no Sul e no Sudeste. Sobre o Nordeste, aguardamos ainda a consolidação dos dados. Porém, vale explicar: há 226 diretórios, 100 prontos para operar com equipes e 126 com dificuldade de se manter por falta de pessoal, principalmente no interior. Hoje, com a vinda do Bolsonaro, isso mudou, podemos escolher”, disse o líder do PL na Câmara, deputado Capitão Augusto.

Se no Nordeste a situação do bolsonarismo está longe de ser confortável, no Sul do país o presidente leva boa vantagem em relação ao seu principal oponente. No Rio Grande do Sul, dois palanques estarão à disposição de Bolsonaro: o do ex-ministro do Trabalho e Previdência Onyx Lorenzoni, pelo PL, e o do senador Luís Carlos Heinze (PP).

Lula terá o palanque do deputado estadual Edegar Pretto (PT), que espera ter o reforço da ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB). Em Santa Catarina e no Paraná, os candidatos ligados ao bolsonarismo seguem como favoritos diante dos nomes ligados à esquerda.

“Creio que o problema do PT é que o partido está ‘jogando parado’. Lula assumiu uma postura mais reativa do que pró-ativa neste contexto pré-eleitoral, e isso pode ter impactado a situação do partido nesse fechamento da janela partidária e, também, a recuperação da imagem de Bolsonaro junto à opinião pública”, avaliou o cientista político Rodrigo Gallo, da Universidade São Judas Tadeu.

Fonte: Correio Braziliense)

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