A covid-19 fez mais 40 vítimas fatais em território brasileiro nas últimas 24 horas e atingiu a marca de 241 óbitos desde o início da pandemia. O número fica um pouco abaixo do recorde de 42 mortes registrado na véspera. Em balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira, 1.119 novos casos foram registrados no Brasil, saltando agora para 6.836, com letalidade de 3,5%.
Das 241 mortes registradas pelo ministério, São Paulo tem mais da metade, com 164 óbitos até o momento e 2.981 casos. O Rio de Janeiro ocupa o segundo lugar, com 28 mortes e 832 casos, fato que faz o Sudeste ter mais 62% de todo o Brasil, com 4.223 no total. O Nordeste é a segunda região com mais casos de covid-19, com 1.007 casos e 15% do total registrado no País. O Sul aparece em terceiro, com 11% e 765 casos, à frente de Centro-Oeste (7% e 504 casos) e Norte (5% e 337 casos).
Dos 27 Estados brasileiros, apenas oito ainda não registram morte por causa do novo coronavírus: Acre, Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Roraima, Sergipe e Tocantins.
Como mostrou levantamento feito pelo Estado, pelo menos metade da população brasileira vive em cidades que já registraram casos confirmados de coronavírus. Até ontem, o total de municípios com infecções reportadas tinha chegado a 362. Embora esse número represente apenas 6,5% do total de cidades do País, o surto atinge parcela expressiva da população por estar concentrado em áreas mais populosas.
Segundo nota técnica divulgada hoje por um grupo de especialistas da PUC-RJ e da Fiocruz, o Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS), que está acompanhando a evolução da covid-19, a epidemia está evoluindo de forma mais controlada no Brasil do que em outros países, como China, Itália, Espanha e Estados Unidos. Esse crescimento mais lento no número de casos estaria relacionado ao fato de o país ter tomado as medidas de contenção logo no início da epidemia. No entanto, alertam especialistas, pode ser atribuído também à subnotificação e à demora na notificação dos casos.
Para conter o avanço da epidemia no país, o Ministério da Saúde recomenda medidas de isolamento social, que também são defendidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sob pressão de seus ministros próximos, o presidente Jair Bolsonaro, que vinha defendendo explicitamente o fim do isolamento, baixou o tom em pronunciamento na terça-feira e pôs a preocupação com a “vida” no mesmo patamar que o “emprego”. Pediu, ainda, a união do Parlamento, Judiciário, governadores e prefeitos para enfrentar a pandemia. ?
Assim como na semana passada, o discurso do presidente foi seguido de panelaços em ao menos 12 cidades do País: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Natal, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Belém, Curitiba e Florianópolis. A hashtag (palavra-chave) #panelacocontrabolsonaro era o segundo assunto mais comentado do Twitter no Brasil por volta das 21h de ontem.
Fonte: Estadão Conteúdo