Os índios Cintas-Largas libertaram ontem, no fim da tarde, os cinco reféns detidos desde sábado na Terra Indígena Roosevelt, em Rondônia. O comissário das Nações Unidas (ONU) David Martins Castro e o procurador da República Reginaldo Pereira, que estavam entre as pessoas detidas, seguiram de helicóptero até a cidade de Cacoal, no interior de Rondônia. Outros dois funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) foram transportados de carro.
Desde o início da tarde, o presidente da Funai, Márcio Meira, negociava a liberação dos reféns com os Cintas-Largas. Em troca, os índios pediam o fim da exploração ilegal de diamantes na Terra Indígena Roosvelt – uma das quatro povoadas pela etnia – e projetos de desenvolvimento sustentável para fornecer alternativas de sobrevivência da população indígena.
Após decidirem manter cinco pessoas detidas na Reserva Indígena Roosevelt, no leste de Rondônia, índios da etnia Cinta-Larga divulgaram uma carta na qual afirmam que a região “tornou-se um barril de pólvora” desde a descoberta de uma jazida de diamante no local há sete anos. No texto, os índios afirmam não querer a liberação de garimpo em terras indígenas e exigiam políticas de desenvolvimento sustentável para libertar os reféns.