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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Coluna do XAVIER: CACOAL: A EDUCAÇÃO, A VACINA E PEDAGOGIA…

Francisco Xavier E1599229223641 150x150 1

A população de Cacoal precisa acompanhar, de perto, a situação que envolve a vacinação de profissionais de educação e o processo de volta às aulas presenciais, defendida por diversas autoridades e até mesmo por sindicalistas ligados à administração municipal. Esta semana, a Secretaria de Saúde de Cacoal realizou a vacinação de todos os profissionais de educação do ensino básico das redes publica e privada. Claro que é uma conquista importante e a inclusão desses profissionais na lista de prioridades da imunização é algo que merece elogios, embora seja necessário registrar que vacinar profissionais de educação não implica a volta imediata às atividades presenciais nas escolas, porque existem diversos outros fatores a serem discutidos e avaliados…

Inicialmente, cabe-nos esclarecer que a pandemia da covid-19 já vitimou quase meio milhão de brasileiros, muitos deles levados à contaminação por orientações equivocadas e, muitas vezes, passadas por órgãos oficiais. A própria prescrição de medicamentos como a cloroquina passou à população a sensação de segurança e a garantia de proteção, fato que não corresponde à realidade. A covid -19 é uma doença gravíssima, mortal e que, infelizmente, ainda fará muitas vítimas. Até este momento, a maneira mais segura de evitar a doença é a vacina, e algumas medidas de prevenção podem ser adotadas para evitar a contaminação, como é o caso do isolamento social. Logicamente que nem todos os brasileiros podem praticar o isolamento, por situações sociais, econômicas, políticas e outros fatores alheios à vontade da sociedade. Por estas e outras razões, não se pode afirmar que a aplicação da primeira dose de vacina nos profissionais de educação representa a volta à normalidade nas instituições de ensino de Cacoal e outros municípios do estado…

A primeira questão a ser avaliada é que os cientistas, especialistas no assunto, esclarecem sobre a necessidade de haver um intervalo entre as doses que pode variar até 90 dias. No caso da Astrazeneca, imunizante aplicado nos profissionais de educação de Cacoal, os cientistas afirmam que o intervalo deve ser de 12 semanas. Assim, os profissionais vacinados esta semana tomarão a segunda dose nos primeiros dias de setembro, conforme anotações nos cartões de vacinas. Após a segunda dose, é possível discutir a possibilidade de voltar às atividades presenciais, porque os profissionais estariam protegidos. Na discussão ocorrida em Cacoal, alguns asseclas do prefeito, incluindo-se vereadores, chegaram a discutir a possibilidade de volta imediata, após a primeira dose, mas esta situação não é recomendável pelos cientistas e muito menos por quem tem algum respeito pela vida dos profissionais da educação. A Pedagogia, ciência que atua como pilastra da educação, exige segurança nas ações, para que se obtenha a qualidade de ensino almejada. A Pedagogia sugere seguir o passo a passo, para se alcançar resultados positivos nas atividades. No caso da vacina, o passo a passo se caracteriza e se consolida com a segunda dose…

A segunda análise está relacionada com o segmento mais importante da educação: os alunos. Tudo que fazemos, tudo que planejamos, tudo que discutimos é com a finalidade de atender, com qualidade, nossos alunos. Então, temos a obrigação de abrir uma discussão sobre qual seria a qualidade das aulas presenciais, sem que nossos alunos também estejam imunizados. Qual a garantia que um professor pode ter, ao sugerir atividades em grupo para os alunos, sabendo que não estão vacinados? Qual a garantia de proteção aos filhos que as famílias teriam, ao mandar seus filhos para a escola?  As pessoas que sugerem a volta às atividades presenciais, após a primeira dose, irão assumir eventuais problemas de contaminação nas escolas? Qual a posição das autoridades de saúde e autoridades sanitárias de Rondônia sobre o assunto? Qual a opinião dos pais dos alunos? Qual a opinião dos alunos? Todas essas perguntas precisam ser respondidas, porque não se pode imaginar que a volta às atividades presenciais deve ser fruto de acordos fechados entre quatro paredes por quatro ou cinco pessoas sem nenhuma formação sobre vacinas. O processo democrático e a saúde da população são coisas bem complexas. Aliás, a propósito do tema, poucos dias atrás, um infectologista desses de uatizápi tentou me convencer de que a volta às aulas presenciais, sem vacinar estudantes, é segura, sob o argumento de que são raros os casos de alunos que morreram em Rondônia vítimas da covid-19…

O argumento de que não morreram muitos alunos com a doença é tão ridículo quanto absurdo. É tão simples pensar sobre isso! Até o general Pazuello, que possui a Síndrome da Deficiência Cognitiva Programada, sabe que não está havendo aulas. Ora, se não está havendo aulas, os alunos não se aglomeram em escolas e isso diminui significativamente a possibilidade de contaminação. A Pedagogia de colocar os alunos em risco para agradar o ego de políticos e dois ou três asseclas prosélitos da teoria yamaguchiana não combina com a responsabilidade que devemos ter com a necessária formação de nossa sociedade e com a VIDA… Tenho dito!!!!

FRANCISCO XAVIER GOMES – Professor da Rede Estadual e Articulista

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