O Brasil finalmente iniciou o processo de vacinação contra o coronavírus, com um número de doses insignificante e muito desrespeito com os brasileiros em razão de alguns políticos estarem mais preocupados com as eleições em 2022 do que com o povo brasileiro que ansia por uma oportunidade de se vacinar e sonhar com uma proteção contra essa doença nova. Digo sonhar porque nem há provas suficientes de que a vacinação dará a sonhada proteção. A vacina produzida pelo Butantan, em parceria com um laboratório chinês, mostrou um nível de eficiência de apenas 50%. Quer dizer, espera-se que apenas metade de quem tomar as doses necessárias estará protegido.
Outra metade, continuará vulnerável a contrair uma infecção viral.
Inicialmente o plano do governo federal era o de respeitar o princípio da igualdade entre os estados e por as vacinas seriam enviadas proporcionalmente a todos os estados e a campanha deveria se iniciar na quarta-feira. O que o governo federal não esperava era o ato vergonhoso de João Dória que decidiu iniciar o processo de vacinação ainda no domingo, preocupado apenas em um gesto político de confrontação com o presidente Jair Bolsonaro.
Depois de percerber o gesto desrespeitoso e politiqueiro de Dória, o Ministério da Saúde mudou os planos e permitiu que os estados que recebessem antes a vacina já pudesse iniciar a campanha na segunda-feira. Antes, o plano de vacinar apenas na quarta-feira era para que houvesse tempo para que todos os estados recebessem a vacina e a campanha tivesse início simultaneamente em todo o país.
Mas quem obteve a foto para a reportagem foi o governador de São Paulo, João Doria – provável adversário de Bolsonaro nas eleições de 2022 – que logo após a autorização da coronavac no domingo atendeu à imunização da enfermeira Monica Calazans, a primeira pessoa a ser vacinada no Brasil.
Cem pessoas foram vacinadas no mesmo dia e o processo continuou na segunda-feira desde as primeiras horas no Hospital de Clínicas da capital econômica do país, com foco nos profissionais de saúde.
“Estou animada e gostaria que todos os brasileiros tivessem acesso a essa vacina agora”, disse Katia Pereira, enfermeira do serviço infantil, em lágrimas, após receber o imunizante.
A vacinação no Brasil, onde a pandemia já deixou 210.000 mortos (saldo superado apenas pelos Estados Unidos) começa de qualquer maneira com várias semanas atrás dos países mais afetados, incluindo alguns na região como Argentina, México ou Chile.
Doria conseguiu se antecipar porque a Agência Nacional de Saúde (Anvisa) autorizou no domingo o uso emergencial de 6 milhões de doses de coronavac, produzidas pelo Instituto Butantan, no estado de São Paulo.
O Butantan solicitou autorização ao regulador na segunda-feira para utilizar um segundo lote já disponível, de 4,8 milhões de doses.
A Anvisa também autorizou o uso de dois milhões de vacinas da brasileira AstraZenevca/Oxford, em cooperação com a Fundação Fiocruz , para a qual Bolsonaro apostou, mas que ainda deve chegar ao país a partir da Índia, onde são fabricadas.
A resposta à pandemia foi objeto de polarização política desde o primeiro caso no Brasil, há onze meses, semeando confusão em um país conhecido por sua extensa rede de serviços públicos de saúde e um histórico de campanhas de vacinação bem sucedidas.
João Dória e outros opositores do presidente Bolsonaro o acusam de negação e desprezo pela ciência. De fato, o comportamento do chefe máximo da nação deixou a desejar em alguns momentos, mas os seus opositores estão em um nível ainda mais baixo. As falas de Bolsonaro, em alguns momentos, podem ser interpretadas como de desprezo à ciência, mas no fundo suas preocupações maiores são com o povo brasileiro. Ele tem dito, desde o início da pandemia, que a vida precisa seguir em frente e travar a atividade econômica como querem seus adversários iria gerar o caos econômico, desemprego e fome.
Seus opositores, que o acusam, estão em um nível muito pior, e não estão preocupados com o Brasil. Dória, o PT e a esquerda radical, querem forjar uma situação de impeachment do atual presidente porque querem o seu lugar em 2022. O próprio ex-presidente Henrique Cardoso, em declarações à imprensa, disse que se não houver o impeachment, ninguém será capaz de vencer Bolsonaro. Logo, vemos que PSDB, PT e a esquerda não estão preocupados com o Brasil mas apenas com as eleições do ano que vem.