Em 27 de abril de 2021 teve início uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) alegadamente para investigar omissões do Governo Federal e desvios de recursos praticados por governos municipais e estaduais nesse período difícil em que vivemos. Intitulada por alguns como CPI da Covid, o que se vê, na prática, é um circo montado por políticos de esquerda e alguns de centro que querem emplacar uma terceira via para 2022.
Os senadores ligados ao PT e puxadinhos, bem como alguns do centrão que estão fechados como um inimigo para combater outro oponente em comum, gastam tempo e recursos em um show bizarro. Levam para o palco da CPI pessoas que demonstram ódio visceral ao atual presidente e grupos com interesses econômicos contrariados e com isso querem forjar um documento condenando o governo, atribuindo-lhe a culpa por mais de 400 mil mortes no país.
Ocorre que nesse circo os palhaços são muito sem graça e não conseguem sequer promover o riso. Os expectadores, mais de 200 milhões de brasileiros, estão de saco cheio de tanta palhaçada. Alguns, é verdade, ao menos estão colocando em marcha uma campanha antecipada nas redes sociais, defendendo Lula ou Bolsonaro.
A falta de bom senso que impera no Congresso Nacional extravasa para as redes sociais, onde militantes pró ou anti-Bolsonaro se digladiam. Ignorando o fato de que o país está empobrecido em razão do governo desastroso do PT, que culminou com a “depressão econômica” de 2014, quando Dilma era presidente, os agora abertos e menos envergonhados eleitores do Lula costumam ofender aos Bolsonaristas a quem chamam de “pobres de direita”.
A verdade é que há dois grupos principais no palco. A briga chega a ser injusta, já que dois combatentes se uniram com o propósito de destruir o opositor que acham mais forte e enquanto isso se preparam para depois se enfrentarem entre si. A estratégia parece fadada ao fracasso, pelo menos para o grupo que está de olho em uma terceira via, pois essa CPI só dá mais munição à intensa polarização.
A exemplo do que ocorreu em 2018, a outrora poderosa Rede Globo e alguns outros grupos diretamente ligados à ela ou com interesses comuns, tentam criar uma “terceira via” e estão cada vez mais desesperados. Está muito claro que, pela via legal, através do voto, os brasileiros vão ter de escolher entre um esquerdista populista, mas sem um projeto claro para o país, e um projeto um pouco mais coerente que aposta em valores como democracia e economia de mercado.
A esquerda brasileira ainda não conseguiu se desvencilhar de sua admiração imbecilizada por Che Guevara, Fidel Castro e mais recentemente Hugo Chávez e seu sucessor, Nicolás Maduro, que mergulharam a Venezuela na pobreza e miséria. Para nós, brasileiros, é complicado apoiar partidos políticos que não são capazes de condenar esses regimes déspotas, mas isso é compreensível se levarmos em conta que esses regimes tiveram o respaldo logístico do PT e seus satélites.
As pessoas que vão às redes sociais defender Lula e chamar os que apoiam Bolsonaro de “pobres de direita” conseguem ver apenas o mundo cor de rosa proposto pelo PT. O pior é que esse partido já esteve no governo e todos sabemos o rumo do desastre. Primeiro, Lula surfou no boom econômico das comodities e nos pilares macroeconômicos bem fundamentados por Itamar Franco e o seu então ministro da economia, Fernando Henrique Cardoso. Depois, com as primeiras denúncias de corrupção de seu governo, as portas de seu gabinete para negociações com grupos políticos variados, em atos nada republicanos e culminou com uma corrupção desenfreada e milhões de recursos desviados de estatais, com ou sem o consentimento do próprio Lula.
A Lavajato, mesmo com todas as suas trabalhadas jurídicas, conseguiu desbaratar quadrilhas poderosas que desviavam recursos da União sem qualquer pudor. Mesmo que se admita não haver provas concretas do envolvimento direto do ex-presidente Lula, não há como negar que o país esteve imerso no lodaçal da corrupção desenfreada. O PT quer reassumir o controle do poder e concluir o seu projeto de transformar o Brasil em uma espécie de União Soviética da América Latina.