Desde que o coronavírus chegou ao ocidente, a partir de janeiro de 2020ª sociedade tem se deparado com dois comportamentos extremos. O do negacionismo e o do alarmismo. Cada um de nós, vez ou outra, dependendo da conveniência, tendemos a aderir a uma dessas duas correntes. O ideal, no entanto, é nos equilibrarmos na coluna do meio. Nem tanto a um extremo e nem tanto ao outro.
Aqui em Rondônia, estamos vivendo dias terríveis, o que abre espaço para os dois extremos se digladiarem. De um lado, está o nosso secretário estadual de saúde, que assume a incapacidade do Estado em lidar com a situação e que assusta a população sempre que abre a boca para falar dos problemas. Fernando Máximo, que sofreu na pele a doença, disse esta semana que, em razão da falta de UTI, 40% de quem precisar ir para os hospitais em Rondônia provavelmente irão morrer na fila de espera.
Não sabemos se essa seria a melhor alternativa para lidar com os efeitos da pandemia. De outro modo, também entendemos que os negacionistas causam um grande mal, por passarem a ideia de que tudo não passa de alarme falso e que a doença não é tão brutal como pintam.
A melhor estratégia, com certeza, é não negarmos que o vírus circule entre nós, mas também não aderirmos ao desespero. A vida precisa seguir e o mundo não pode parar. As precauções são necessárias e temos de valorizarmos o que a ciência tenha a dizer sobre a doença. Precisamos atender às recomendações das autoridades sanitárias, no que diz respeito à prevenção, mas repudiarmos os pregoeiros do apocalipse.
Temos que ficarmos em casa, quando isso for possível, valorizar mais o convívio do núcleo familiar e evitar até mesmo interação como os familiares fora do núcleo estrito, por mais que amemos os familiares que não coabitam conosco na mesma casa. Mas também não podemos, como queremos os alarmistas mais radicais, aderirmos à onde irresponsável do “fique em casa”, paralisando a atividade econômica.
Os que pregam o fique em casa sabem que estão pregando uma contradição e hipocrisia, já que estão tentando apenas defender os seus interesses, não se importando de verdade com os demais. Artistas e pessoas bem-sucedidas que pregam o “ficar em casa” e o tal de “lockdown” como solução para o vírus não circular, sabem que, no fim, nem eles mesmos podem prescindir de uma economia forte e pujante para o seu próprio bem-estar. Afinal de contas, se o comércio cerrar as portas e as atividades paralisarem, faltará comida na casa até dos mais ricos, pois o dinheiro será apenas papel ou número em uma carteira digital se não houver alimentos à venda nos supermercados e tendas comerciais.
Há os que dizem que não se está pedindo o fechamento de tudo, mas apenas as atividades não essenciais. Mas a pergunta que temos de fazer é a seguinte: Não essencial para quem? Porque para o trabalhador, toda atividade é essencial.
Ficar totalmente em casa e sair apenas para comprar alimentos é privilégio de poucos, mas esses poucos precisam parar com essa ideia absurda de querer que os demais também fiquem em casa. Isso não é ser inteligente. Quem pede para os outros ficarem em casa, não quer que isso realmente aconteça. Sem pessoas no comércio, nas fábricas, nos hospitais e até mesmo em atividades que pareça não ter o menor interesse para alguns fará com que, lá à frente, nem mesmo o seu dinheiro, em casa ou no banco, seja de alguma utilidade.
Dinheiro, em verdade, é apenas uma representação numérica do esforço que cada um de nós realiza para produzir algo que seja realmente útil. Em geral, as riquezas são a soma da produção coletiva de milhões de invisíveis, que produzem a comida e os bens de que todos precisamos e cujos empregos estão ameaçados por aqueles que pedem o lockdown como solução a um mundo dominado por um vírus igualmente invisível, mas que zomba da humanidade.