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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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COLUNA PAPUDISKINA – Vidas, que não a de Marielle Franco, também importam!

Papuzzzz

A politicagem sempre foi utilizada largamente no Brasil e em praticamente todos os países do mundo e não há muita lógica quando se tem política envolvida e em sua busca desesperada por cooptar uma parcela da sociedade para se formar um núcleo estável e abrir caminho para a conquista do poder pelo voto ou por meios que extrapolam os valores democráticos.

A falta de decência de certos grupamentos fica evidentes, como nesta semana, em que o país acompanha, aflito, a caçada a um maníaco que ceifou a vida de vários membros de uma mesma família e continua aterrorizando vidas no entorno do Distrito Federal.  Uma rápida busca em sites ligados a partidos de esquerda, que costumam fazer mobilizações monstruosas quando acontece um crime contra alguém com ligações íntimas às suas agremiações ou com os chamados grupos “minoritários” que defendem, percebe-se que não há palavras de indignação com relação a esse crime, nem mobilizações do tipo “a vida de uma família importa”.

Obviamente vivemos em um país onde, infelizmente, o índice de assassinatos é enorme e a tendência é que a maioria dos crimes acabem absolvidos pela população com uma fria naturalidade e quase sempre esses registros servem apenas para consolidar as estatísticas.  Infelizmente não dá para parar o país, pois a vida precisa seguir, mas o que chama a atenção é a forma como os grupos de esquerda tratam a sociedade, dando um peso muito significativo a crimes contra membros do chamado grupo LGBTQI+, como foi o caso da vereadora Marielle Franco, morta em 14 de março de 2018, mas a morte de pessoas que não são desses grupos parece não despertar comoção dessa gente de “indignação seletiva”.

A morte de Marielle mobilizou os partidos de esquerda, fizeram manifestações monstruosas no Brasil e no Exterior e fizeram um superdimensionamento do caso, embora todos concordemos que qualquer crime, seja contra quem for, tem que ser repudiado e os culpados presos, julgados e condenados. Quando repudiamos a seletividade dos grupos de esquerda não minimizamos a morte dessa ex-vereadora e nem tratamos com descaso o que aconteceu. Nosso repúdio é a falta de critério, é o importar mais com vidas de grupos que são utilizados como formação do “núcleo estável” e utilizado como ponto de partida para os interesses eleitoreiros.

Explicando melhor: Para Marielle Franco, fizeram várias moções de apoio em parlamentos do Brasil e até do exterior, apegando-se ao fato de que ela própria era membro de grupos LGBTQI+ e defensora de gays, lésbicas e outros grupos de “gêneros extras”.  Criaram até um tal de Instituto Marielle Franco. Onde está o superdimensionamento disso? Onde está o erro? Está no fato de que tantos outros milhares de brasileiros e brasileiras são vítimas de assassinatos bárbaros todos os anos e fazer essa distinção em que se priorizam apenas grupos que vão além dos gêneros biológicos é algo que revolta.

Todas as vidas importam, senhores militantes de esquerda. A morte de Marielle importa, mas também a de tantas outras. A morte dessa família que teve a infelicidade de se deparar com um maníaco merecia também mobilizações dessa mesma gente que se mobilizou e continua mobilizada por Marielle. Mas não vimos uma faixa de condolência, uma mensagem de repúdio ao crime em sites de esquerda. Absolutamente ninguém desses grupos de esquerda se moveu em solidariedade às vítimas.

Todas as mobilizações para cobrar celeridade da polícia e do judiciário devem levar em conta quaisquer crimes ocorridos, independentemente de a vítima ser heterossexual ou homossexual. Sempre que acontece crimes, eles são bárbaros. Alguns com crueldade mais que outros, mas isso nada tem a ver com o gênero biológico ou psicológico das vítimas.

Temos de repudiar a atitude desses partidos que procuram dividir a sociedade, em grupos pequenos, para tirar proveito e cooptá-los em favor de seus interesses. Há uma frase dos índios tucanos que, em português, quer dizer: “Nunca nos divida em grupos pequenos demais para que não percamos a força”. O Brasil perde força com essa polarização desde que a esquerda decidiu primeiro esfacelar a sociedade e depois se apropriar de nichos que a polarização criou para lucrar politicamente e ideologicamente. Em síntese: “a lacração, desmedida, dá nojo”.

(18.06.2021)

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