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quarta-feira, dezembro 25, 2024

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Com enterros em valas comuns por crise do coronavírus, Manaus sofre com falta de caixões

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As mortes pelo surto de coronavírus em Manaus estão aumentando tão rapidamente que o principal cemitério da cidade está enterrando cinco corpos ao mesmo tempo em valas coletivas. Em breve, a capital do Amazonas poderá ficar sem caixões.

Manaus foi a primeira cidade no Brasil a ficar sem unidades de terapia intensiva disponíveis nos hospitais devido ao avanço da Covid-19, mas autoridades alertaram que várias outras estão chegando perto dessa condição no país, que registrou um recorde de 6.276 novos casos de coronavírus nesta quarta-feira.

Agentes funerários em Manaus chegaram a enterrar caixões um em cima do outro nesta semana, mas a cidade interrompeu a prática depois de protestos de familiares dos mortos.

Corpos estão se acumulando em um contêiner refrigerado improvisado como necrotério enquanto aguardam o enterro. No cemitério principal do Tarumã, foi aberta uma nova área onde os agentes funerários cavavam fileiras de valas para cinco caixões de cada vez.

A Prefeitura disse que o sistema funerário de Manaus estava entrando em colapso e ficando sem caixões.

Apenas dois parentes podem comparecer aos enterros e, às vezes, não há ninguém para acompanhar os caixões até o túmulo. A cidade está recomendando que as famílias optem por cremar seus mortos.

Em audiência no Senado para tratar da pandemia, o ministro da Saúde, Nelson Teich, foi cobrado a enviar ajuda, e disse que o Amazonas hoje é a “prioridade absoluta” do ministério.

Segundo o secretário-executivo do ministério, Eduardo Pazuello, o governo enviará na quinta-feira um avião com respiradores, equipamentos de proteção e outros insumos para o Estado.

“É importante compreender que não há nenhuma vantagem em uma cidade ter prioridade… deve-se à total situação de calamidade que está vivendo”, afirmou.

De acordo com dados do ministério, o Amazonas tem 4.801 casos confirmados de Covid-19 e 380 mortos. No total, o Brasil soma 78.162 casos e 5.466 óbitos.

A taxa de mortalidade crescente no Brasil é a mais preocupante de todos os países emergentes, disseram analistas do Deutsche Bank em nota divulgada nesta quarta-feira.

(Fonte: Reuters).

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