Vale do Guaporé – As comunidades residentes no entorno do Parque Nacional Serra da Cutia estão tendo participação direta na busca de alternativas para a melhoria de vida. Elas ajudaram a definir os projetos que serão desenvolvidos pelo Ibama, Fundo Brasileiro Para a Biodiversidade (Funbio) e órgãos gestores estaduais do meio ambiente.
A execução dos projetos deve ter início no mês de outubro. Conforme a geógrafa do Ibama, Lílian Hangae, chefe do Parque Serra da Cutia, a finalidade do trabalho é a de buscar a validação do potencial para a geração de renda em atividades produtivas. Ela ressaltou que em dezembro de 2004 foi realizado uma reunião com as comunidades que residem no entorno do Parque, que engloba ribeirinhos, extrativistas, quilombolas e povos indígenas, para discutir as necessidades e alternativas para a sustentabilidade. “Cada comunidade levantou os principais problemas e juntos elegeram como prioridades a busca de alternativas na agricultura, no ecoturismo e no artesanato”, disse.
De acordo com os levantamentos feitos pela equipe responsável pelo trabalho, a maior parte da produção agrícola é destinada ao consumo dos moradores e o restante a comercialização. Entre as principais dificuldades estão a falta de assistência técnica, inexistência de equipamentos e escoamento da produção. No ecoturismo ainda não existe uma ação isolada que possa tornar a atividade um sucesso. A criação de uma agência que possa ser gerida pela própria comunidade é uma alternativa. Quanto ao artesanato, nas comunidades extrativistas as casas são localizadas distantes uma das outras, o que dificulta a produção centralizada e o escoamento dos produtos. “Pretendemos criar um selo e um posto de venda para os produtos de todos os moradores”, disse a geógrafa.
Serra da Cutia
O Parque Nacional Serra da Cutia, criado em agosto de 2001, foi escolhido pelo Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) para dar início a execução das atividades de participação comunitária em suas zonas de amortecimento. O Parque abrange uma área de 283 mil hectares e está localizado no município de Guajará-Mirim, a sudoeste do Estado de Rondônia.
O Serra da Cutia integra o corredor ecológico Guaporé/Iitenez-Mamoré (Brasil-Bolívia), e limita-se ao norte com as Reservas Extrativistas Estadual do Rio Pacaás Novos e Federal Barreiro das Antas, ao sul com a Reserva Extrativista Federal do Rio Cautário, ao leste com a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau e Seringal Perseverança (área particular) e ao oeste com as Terras Indígenas Guaporé e Pacaás Novos.
Apesar de suas condições naturais serem propícias para o desenvolvimento de pesquisa científica, programas de educação ambiental e de turismo ecológico, a unidade ainda não está aberta para visitação e não possui infra-estrutura turística. As vias de acesso são de barco ou avião.