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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Crise política e incerteza afetam Cacoal

A posse da vereadora Maria Aparecida Simões, no cargo de prefeita de Cacoal, parecia colocar fim ao clima de tensão total que o município vive desde o dia 25 de setembro, quando a prefeita Glaucione Rodrigues foi presa pela Operação Reciclagem, coordenada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. A instabilidade vivida pelo município está dividida em duas situações diferentes, mas que possuem relação muito intima.

Por um lado, a ausência de uma pessoa no cargo de prefeito colocava em cheque todos os serviços essenciais do município, os projetos e programas que necessitam funcionar com a assinatura do prefeito do munícipio e também os salários de cerca de 2.000 servidores públicos que fazem funcionar a maquina publica de Cacoal. Por outro lado, a situação totalmente indefinida que vive o MDB em Cacoal, por causa da falta de entendimento dos lideres partidários para encontrar um nome que possa substituir a prefeita Glaucione Rodrigues como candidata da coligação “Cacoal Seguindo em Frente”.

Após ser notificado pelo Tribunal de Justiça, o vereador Corazinho decidiu não assumir o cargo e enviou resposta ao TJ/RO, avisando que sua prioridade era a candidatura de vereador e não assumir a prefeitura. Essa decisão do presidente da Casa Legislativa de Cacoal gerou uma grande revolta de vários vereadores, que exigiam uma posição clara sobre o assunto. Os vereadores chegaram a protocolar um documento pedindo o afastamento de Valdomiro Corá da presidência, mas a coisa não foi à frente. Em seguida, o Tribunal de Justiça de Rondônia determinou que a vice-presidente da Mesa Diretora, no caso a vereadora Maria Simões, fosse empossada ou outros membros da Mesa Diretora. A posse da vereadora não garante a estabilidade, mesmo porque diversos recursos têm sido encaminhados pela defesa da prefeita Glaucione, que pode voltar ao cargo a qualquer momento, por uma decisão liminar dos tribunais superiores.

Como o Desembargador Roosevelt Queiroz determinou o afastamento dos prefeitos presos na Operação Reciclagem por até 120 dias, somente um recurso nos tribunais pode fazer a prefeita voltar ao cargo ainda este ano.
A prisão da prefeita Glaucione Rodrigues deixou sem rumo todos os partidos que formam a coligação com o MDB no município e este tem sido o tema de todas as discussões políticas em Cacoal, visto que, até este momento, não existe um nome de consenso para substituir a prefeita. O próprio MDB, partido dela, ameaça abandonar o grupo, caso o nome escolhido seja Marco Aurélio Vasques, o nome preferido do senador Marcos Rogério, mas que encontra forte oposição do grupo político de Glaucione. O interesse dos vereadores do MDB é que o nome escolhido seja da sigla, para facilitar o trabalho de campanha e o voto de legenda. Entretanto, dificilmente o MDB encontrará um nome que tenha a aceitação de todos os partidos.

Como se não bastasse, e para piorar ainda mais o clima de incerteza, após a demora de Glaucione em renunciar à disputa, na tarde de quinta-feira (15) surgiu a nova conversa de que ele teria voltado atrás em sua decisão e se manteria como candidata nas eleições 2020. Em um “documento” que circulou em grupos de whatsapp e em alguns veículos de comunicação, Glaucione Rodrigues alega que a renúncia registrada em cartório não representaria a sua “verdadeira vontade livre, consciente e desimpedida”.

Como existem sete partidos que compõem a coligação, e considerando o evidente desgaste que os fatos impõem ao grupo, atualmente não é possível afirmar nem mesmo que todos esses partidos permaneceriam com a prefeita, porque eles certamente também serão impactados pelos efeitos das graves acusações contra ela. Claro que tudo ainda está em fase de investigação, mas explicar para os eleitores sobre as imagens divulgadas na imprensa nacional não é algo tão simples assim e os partidos da coligação sabem disso.

O DEM, partido de Marco Aurélio Vasques, chegou a anunciar o desligamento do grupo, mas não encontrou abrigo em outras coligações. Essa confusão infinita deixa muito fragilizado o grupo da prefeita e provoca o crescimento das candidaturas adversárias. Já não existem mais favoritos na disputa pela Prefeitura de Cacoal. (Da: Redação / Tribuna Popular)

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