Vale do Guaporé/RO – Contactado pelo Marechal Candido Mariano Rondon, em 1919, o povo Puroborá, que vivia em uma área entre os municípios de São Francisco do Guaporé e Seringueiras já conquistou importantes vitórias na luta que vem empreendendo desde 2002 pela busca do reconhecimento de sua etnia.
Em 2007, um grupo de Trabalho da Funai deverá fazer um laudo antropológico para dar andamento ao processo que inclui a demarcação da terra onde viveram os antepassados Puroborá. Os recursos para o trabalho foram incluídos no orçamento da Funai de 2007.
A área esta hoje ocupada por fazendeiros, mas por lei deve ser devolvida aos índios, com o pagamento de indenizações pelas benfeitorias encontradas na região, segundo o administrador substituto da Funai em Porto Velho, Osman Brasil.
O reconhecimento do povo Puroborá está calcado na Resolução 069, da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Governo Brasileiro, que dá o direito de reconhecimento de remanescentes de povos como os indígenas e que no Brasil também inclui os quilombolas.
Embora a lei seja clara a respeito, sabe-se que a retomada das terras do Puroborás não será fácil. “Nós encontramos muita resistência na região. Além de tentativas de captação dos índios pelos fazendeiros, também já foram feitas ameaças de morte para que os indígenas desistissem de retomar a terra”, relata Antonio Evangelista Sansão Puruborá, um dos líderes e articulador do processo de reconhecimento do povo.
De acordo com Osman Brasil, os Puroborás foram expulsos de suas terras na década de 1970, quando foi criada a terra indígena dos Uru-Eu-Wau-Wau. Mais três povos, Wajuru, Cujubim e Miqueleno, também reivindicaram o reconhecimento em Rondônia.