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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Dia das Mulheres: maior diversidade aumenta a performance de empresas

Uma pesquisa da TechTarget Enterprise Strategy Group mostrou que os investimentos em Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) são bem-vistos por 9 a cada 10 empresas. Para 47% dos negócios, o impacto de investimentos em DEI foi “muito positivo” e para 43% foi “moderadamente positivo”. As repercussões deste tipo de iniciativa se incorporam na busca por igualdade das mulheres no ambiente corporativo, incluindo sua presença em cargos de liderança.

As preocupações com o DEI se incluem na perspectiva de ESG – as estratégias de meio ambiente, governança e social adotadas pelas corporações. As vantagens percebidas ocorrem em várias frentes, de acordo com a pesquisa da TechTarget: imagem corporativa, engajamento de consumidores, recrutamento e retenção de talentos, agilidade e inovação e atingir as expectativas dos colaboradores, entre outras. Em muitos casos, as empresas desenvolvem comitês para elaborar estratégias de diversidade.

As iniciativas podem incluir mulheres e outros grupos minoritários. “É importante que as empresas tenham Programas de Equidade de Gênero para corrigir as desigualdades salariais. Mas hoje as empresas já estão indo muito além do que apenas é exigido pela lei, como a equiparação salarial. Hoje, as corporações estão mais atentas para a importância das mulheres em funções de liderança como forma de otimização e de melhora de resultados financeiros. As pesquisas comprovam que a diversidade em liderança incrementa o desempenho financeiro e os índices de sustentabilidade”, afirma Nathalia Lima Barreto, sócia do escritório Razuk Barreto Valiati.

O papel da maturidade

Uma das constatações da pesquisa da TechTarget é que, quanto maior a maturidade da empresa em diversidade, melhores serão os resultados obtidos com as iniciativas de ESG e de DEI. A pesquisa dividiu as corporações em 4 níveis de desenvolvimento na área: nascentes, emergentes, evoluindo e líderes.

Ao comparar o impacto que o ESG e o DEI tiveram na presença de mercado das organizações, notou-se que as corporações consideradas líderes tinham 68% mais chance de obterem resultados palpáveis do que as iniciantes na área.

“Esse tipo de insight trazido pelas pesquisas mostra a importância de as empresas se atentarem e iniciarem o mais rápido possível essas iniciativas sociais. As datas como o Dia da Mulher podem ser usadas para iniciar as mudanças muitas vezes esperadas pelos colaboradores e pelos consumidores”, reforça Nathalia.

O princípio da especificidade

De acordo com Nathalia, as iniciativas de ESG e DEI não podem ser tratadas de forma idêntica, visto que cada corporação tem a sua realidade e repercussão causada. Por isso, há necessidade de avaliar este aspecto sob diversas perspectivas: de governança corporativa, de diálogo e impacto social, de equidade e inclusão e, de preferência, com uma implementação e mensuração das repercussões dessas medidas, tanto sob a perspectiva interna quanto das comunidades afetadas.

No âmbito interno, o dever das empresas é desenvolver políticas específicas de governança corporativa. “Elas devem incluir canais de comunicação para assédio moral e sexual, treinamentos e capacitações de equipe em relação à diversidade e à inclusão de gênero”, afirma Nathalia. Outras questões relevantes são a concessão de licenças paternidade e maternidade estendidas, apoio à amamentação e benefícios para creches, entre outras medidas para compatibilizar a maternidade com exercício profissional.

No âmbito externo, a norma ABNT 2030 apresenta os conceitos e modelos para orientar os passos necessários à implementação de políticas de ESG e DEI nas empresas. Nesse contexto, as corporações devem analisar o impacto social da empresa nas comunidades onde estão inseridas e as populações vulneráveis, incluindo as mulheres.

“Com isso, o foco deve ser em desenvolver políticas de capacitação, de treinamento e organização dessas comunidades e investimentos sociais com recursos financeiros e programas de voluntariado e ações específicas para lidar com as materialidades da empresa que afetam as mulheres”, ressalta a sócia do escritório Razuk Barreto Valiati.

(Jéssica Mattia)

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