O mês inteiro de abril é dedicado a atividades voltadas a conscientização
- O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, é uma condição e não uma doença.
- A estimativa mundial é de 1 criança com autismo para cada 54 nascidas.
- Não existe 1 autismo, e sim vários subtipos, tão abrangente que utilizamos o termo espectro.
- A nomenclatura correta é Transtorno do Espectro do Autismo – TEA.
- Quanto mais precoce o diagnóstico e início das intervenções, maiores as chances de evolução.
- O diagnóstico pode ser feito já no primeiro ano de vida.
- Não existe cada criança tem seu tempo. Existem os marcos do desenvolvimento. Se a criança não alcançou, é necessário buscar ajuda especializada.
- Existe uma abordagem de tratamento, já comprovada pela ciência, eficaz para o tratamento do autismo. Terapia comportamental especializada para autismo chamada Applied Behavior Analysis – ABA
- Terapias convencionais não são eficazes para autismo.
- Inclusão escolar não colocar para dentro da escola. Inclusão é garantir o aprendizado, e condições de igualdade aos demais. Igualdade não é tratar igual, é dar o suporte necessário para que se chegue ao objetivo.
- Não são todos gênios. Todos tem dificuldades e habilidades variadas, assim como qualquer ser humano.
- Alguns serão independentes, outros necessitarão de algum nível de suporte.
ARTIGO DE KARINA ANDRADE
“Essa montanha que você carrega nas costas, você só deveria escalar”, outro dia li essa frase e refleti sobre ela.Eu queria escalar a montanha, eu deveria apenas escalar. Mas com tantos obstáculos, torna-se impossível.
Conseguir o diagnóstico continua sendo uma luta, seja pela falta de atualização dos especialistas ou pela falta deles nas cidades.
Com o diagnóstico em mãos, enfrentamos a escassez de profissionais devidamente qualificados para atuar com abordagens comprovadas pela ciência.Quando há o profissional, esbarra-se na condição financeira ou no número limitado de sessões impostas pelo serviço público e planos de saúde.
Inclusão escolar?
Já é sabido que a inclusão só é possível através do saber especializado, técnico.
E quais escolas estão (realmente) dispostas a qualificar suas equipes escolares em nome da inclusão? Quais estão dispostas a investir um pouco nisso?
Quais professores estão de fato interessados em inclusão? Quais tem a humildade de reconhecer que não estão preparados? Quais estão abertos às mudanças.
Inclusão de verdade não é fácil. Não é só colocar dentro da escola. Não é deixar a atividade mais fácil. Não é montar um PEI por obrigação, por pressão dos pais. Não é só mandar para sala de AEE uma vez na semana.
É avaliar através de protocolos, é ter dados concretos sobre o aluno, é ter objetivo, criar estratégias, materiais estruturados, é interesse, é compromisso com o aprendizado da criança, e o mais importante, é fazer com que o aluno aprenda.
Vou contar algo particular, meus filhos não conseguem acompanhar o ensino remoto, assim como a maioria dos alunos no TEA, por isso contamos com a ajuda de uma auxiliar pedagógica, e agorade uma psicopedagoga, especialista em autismo, para prestar assistência na adaptação dos conteúdos. Ou seja, há um esforço enorme acontecendo, financeiro e emocional, para que eles tenham, pelo menos, a chance de aprender.
Mas infelizmente, nem todos os alunos têm essa oportunidade.
Sinto que para algumas pessoas (peças importantes do processo de inclusão), tanto faz…Não há interesse em fazer diferente.
E é esse o peso que carregamos e que arrebenta conosco, que cansa, que desmotiva… O peso da desinformação, do desinteresse, da falta de empatia e responsabilidade.
Karina Andrade