Por Lúcio Albuquerque, repórter – [email protected]
Agora temos não mais a “Semana da Pátria”, mas a “Semana do Brasil” que, para quem não sabe, começou ontem, dia 1. De saída o termo “da Pátria” para um período de apenas sete dias, que há muito tempo, sabe-se lá por quais motivos, governadores de Rondônia reduziram para três dias, mas por aqui não reverbera tanto primeiro porque a imensa maioria da população foi formada na escola dentro do credo que civismo é sinônimo de militarismo (*), um pecado que levou ao fim de alguns itens como mérito, respeito etc, especialmente em Porto Velho celebrar a Pátria foi aos poucos sendo deixado de lado.
Como disse um velho conhecido meu, ontem, quando conversamos a respeito do assunto. Detalhe é que ele é daquele grupo que, se muito, tem apenas o antigo primário, hoje correspondente à 5ª série: “Semana da Pátria, que agora chamam Semana do Brasil, em realidade deveria ser comemorada o ano todo”.
A mudança de nome para o mesmo período que deve ter iniciada sua comemoração há mais de 100 anos, havendo citações de que data da Independência (ainda não se comemorava a Semana) sob Dom Pedro II, em 1840, todas as capitanias do Império passaram a celebrar. Mas aos poucos, a partir dos anos 1990, essa tradição que nos voltava à importância do que aconteceu em 1822, vem sendo postergada. Até chegar ao período atual que até desestimula alguém a sair de casa para assistir, e há muitos motivos para tal.
Alterar o nome da programação é apenas, em meu entendimento, uma jogada de marketing, mas que deve ter resistências, por exemplo, se houve custos para elaboração da campanha, e isso num momento em que o próprio governo lembra o aperto que está sendo para manter a ajuda emergencial. Não seria melhor que o governo apenas introduzisse as mudanças que pretende sejam a diferença entre a Semana “da Pátria” e a “do Brasil”?
Aqui mesmo entre nós, de saída, é preciso entender que mesmo antes do presidente Getúlio Vargas criar o Território Federal, em 1943, época em que existiam apenas o municípios de Porto Velho e Santo Antonio, já se comemorava a data. Quem visita Santo Antonio pode observar que numa das pedras atrás da igrejinha, tem uma placa comemorativa do centenário da Independência, onde constam os nomes do superintendente (prefeito) e dos intendentes (vereadores). E em Porto Velho, na praça em frente ao Palácio Presidente Vargas há um obelisco, inaugurado a 7 de setembro de 1922, a então adolescente Labibe Aiech – depois Bartolo – declamou um poesia em homenagem à data, na primeira vez que uma mulher participou como oradora numa cerimônia pública em Porto Velho.
Só para lembrar: até bem recentemente a Semana da Pátria era aberta no dia 1 de setembro, chovesse ou fizesse frio ou sol, pelo governador de Rondônia, com cerimônia pública em frente ao Palácio Presidente Vargas, onde milhares de pessoas participavam, com desfile cívico-militar e hasteamento das Bandeiras, do Brasil e todos os estados. Só para encerrar: alegar que não se realiza a cerimônia ali onde estão todos os mastros para todas as bandeiras do estados e do DF, alegando a covid é, em realidade querer enterrar o passado, porque cada mastro que ainda estão lá, fica a uma boa distância dos que estão nas laterais. E bastava realizar a cerimônia, mas pelo visto temos governo que em medo de aparecer em público, ainda que seja um público restrito.
(*) Esse modo de ver as coisas deveria ser extirpado por aqui, porque se houve uma área deste país beneficiada pelos governos militares, foi justamente Rondônia, e isso ninguém, afora os defensores do “politicamente correto”, pode negar.