Um dia eu fui jantar em um lugar aqui na cidade e me deparo com um vendedor de brigadeiro. Ele chega com uma caixa de acrílico parecendo um porta joias, ele estava muito bem trajado, com um avental na frente e uma luva preta em uma das mãos. Já chegou me oferecendo o seu produto com uma linguagem de um vendedor profissional de uma adega de vinhos.
Ele me ofereceu quatro brigadeiros “gourmets”, brigadeiros com maracujá, Castanha de Caju e de outras especiarias a R$ 30,00.
Pelo preço e o tamanho logo de cara eu e você talvez nunca iria comprar!
Mas como teve todo um envolvimento, quase uma conquista do vendedor para comigo que sou um cliente que estava sentado ali e não fui até ele e sim ele veio até a mim
Eu resolvi não sei como dar uma chance para ele. Mas como eu gosto de buscar entender as coisas, eu logo questionei o porque do valor ser mais caro.
Ele chegou e me falou que a venda de doces a valores de R$ 10,00 Reais não cobre os custos e não gera vendas!
-Como assim não gera vendas??? Logo indaguei.
-Não gera, pois vira algo comum que você mesmo pensa em fazer em casa ou comprar no supermercado ou loja de conveniência.
O doce dele era algo diferente e especial. Não era encontrado em qualquer lugar e tem a comodidade de vir até você.
Nisso eu tive que dar razão para ele! No decorrer da conversa ele me explicou que aquilo não era uma renda extra e sim uma criação de uma marca. Algo que ele realmente quer ver crescer e desenvolver, que o mercado para doces baratos ou industrializados já está muito saturado com bombons de grandes marcas, no qual, se ele fosse nesse caminho, ele não conseguiria se diferenciar. Logo ele viu que a “gourmetização” dos produtos e jeito classe A de entregar e oferecer está em alta, logo ele partiu para esse lado que está muito carente de ofertas e tem feito sucesso e fidelização do cliente que tem bom gosto e que gosta de provar coisas fora do convencional.
Depois de ter comprado duas caixas de brigadeiros dele, eu logo o segui no instagram e verifiquei que ele tem uma pagina cheia de conteúdos sobre os seus doces e já conta com serviços de entrega ou “delivery” para ficar mais chique de dizer.
O que eu tiro desse encontro com ele é uma reflexão sobre o que temos feito referente àquilo que oferecemos como serviços e produtos, se são feitos de formas primorosas e detalhadas para que possamos incrementar mais o valor e ter menos trabalho.
“O empreendedorismo é um machado que precisa de fio para que se aplique menos força e alcançar mais resultados”, o que deixa o empreendedorismo cego é não ter tempo para buscar aplicar novas maneiras para poder se dedicar ao marketing pessoal, digital e buscar novas técnicas de encantar os clientes e viver um crescimento.
Quero lembrar do case de Rick Chesther, hoje é um ex-vendedor ambulante que se tornou palestrante e consultor econômico e que já palestrou na Universidade de Harvard.
Maycon Klippel
Contador, Administrador de empresas e apaixonado pelo empreendedorismo