O empresário brasileiro Pedro André de Souza, conhecido por seus empreendimentos em Rondônia, foi assassinado na noite de sábado (28) em sua fazenda na Bolívia. O crime ocorreu no Departamento de Beni, a menos de 200 km da cidade brasileira de Costa Marques, enquanto a vítima dormia.
Segundo informações obtidas pela imprensa local, dois pistoleiros invadiram a propriedade e efetuaram entre 9 e 20 disparos contra o empresário. Após o ataque, os criminosos cortaram o acesso à internet da fazenda, que era feito via satélite pela empresa Starlink, antes de fugirem.
Pedro André de Souza tinha uma carreira diversificada em Rondônia. Foi vereador em Ji-Paraná, fundou jornais como a Folha de Rondônia e implantou um condomínio em Vilhena. Além disso, mantinha negócios em várias cidades do estado, como Vilhena e Ji-Paraná.
O assassinato pode estar relacionado a uma disputa judicial milionária. Pedro havia ganhado uma ação na justiça para receber uma dívida, cujo processo se arrastava há anos nos tribunais. Como parte da decisão, uma fazenda dos supostos devedores, localizada na região de Porto Velho, foi penhorada para saldar o débito. O valor total do negócio envolvendo a terra ultrapassava R$ 60 milhões, sendo que a parte destinada a Pedro estava avaliada em quase R$ 30 milhões.
Amigos próximos relataram que o empresário havia confessado estar “jurado de morte” devido a essa disputa judicial. Como medida de precaução, Pedro passou a andar em um carro blindado e decidiu se estabelecer na Bolívia, onde adquiriu a propriedade em que foi morto.
O corpo do empresário será velado e sepultado em Ji-Paraná, cidade onde mantinha fortes laços empresariais e pessoais.
Até o momento, a mídia boliviana não divulgou informações detalhadas sobre o assassinato do empresário brasileiro. Essa ausência de cobertura pode indicar que o caso ainda está em fase inicial de investigação pelas autoridades locais ou que a notícia não teve grande repercussão fora da região de Beni, onde o crime ocorreu.
A falta de informações oficiais por parte das autoridades bolivianas levanta questões sobre a cooperação internacional na investigação do crime. É comum que, em casos envolvendo cidadãos estrangeiros, haja colaboração entre as forças policiais dos países envolvidos. No entanto, até o momento, não há informações sobre eventuais contatos entre as polícias do Brasil e da Bolívia para elucidar o caso.
O assassinato de Pedro André de Souza destaca a complexidade das relações comerciais e jurídicas transfronteiriças na região amazônica. A facilidade de movimentação entre Brasil e Bolívia, especialmente em áreas de fronteira como Rondônia e o Departamento de Beni, pode apresentar desafios para a segurança e a aplicação da lei em ambos os lados da fronteira.
Especialistas em segurança internacional apontam que casos como este evidenciam a necessidade de maior cooperação entre os países da região amazônica no combate ao crime organizado e na proteção de empresários e investidores que atuam em áreas de fronteira.
À medida que novas informações forem divulgadas pelas autoridades brasileiras e bolivianas, será possível ter uma compreensão mais clara das circunstâncias que levaram ao assassinato de Pedro André de Souza e das possíveis conexões com suas atividades empresariais e disputas judiciais no Brasil.
Fonte: Carta Capital