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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Exércitos de Brasil e EUA concluem primeiro treinamento em conjunto

Ainda era madrugada quando uma equipe do Exército brasileiro se preparava para libertar uma vila das mãos de rebeldes fortemente armados, que não aceitavam a entrada de ajuda humanitária. Com o apoio de dois blindados, cerca de 30 militares conseguiram se aproximar das construções em uma área afastada do centro de Resende, no sul fluminense.
Em meio a disparos de fuzis e de bombas prestes a explodir, a equipe conseguiu cercar as construções e retomar o local em cerca de meia hora. A bomba encontrada foi retirada de uma das casas com o auxílio de um robô e detonada com segurança.

As balas, no entanto, eram de festim. O confronto fez parte de mais um dia de treinamento de guerra capitaneado pelo Comando Militar do Sudeste, que desta vez contou com a presença de 240 militares norte-americanos, sendo 155 fuzileiros da 101ª Divisão de Assalto Aéreo. Ao todo, 990 militares do Brasil e dos Estados Unidos participaram do Combined Operations and Rotation Exercise, o Core 21 (Operações Combinadas e Exercícios de Rotação, em tradução livre) durante duas semanas.

Foi a primeira vez que o adestramento combinado aconteceu na América Latina. As negociações começaram em 2010. Entre janeiro e março deste ano, parte da tropa brasileira já tinha viajado para o estado da Lousiana, onde teve contato com a metodologia norte-americana. No Brasil, o treinamento aconteceu nas cidades de Lorena (SP), Cachoeira Paulista (SP) e Resende (RJ).

“O treinamento do último ano tem sido uma grande experiência para todos os nossos soldados e para mim. Isso demonstra a importância da parceria entre os Estados Unidos e o Brasil. A maior lição foi a importância dos ensaios. Os brasileiros têm uma ótima forma de ensaiar e executar comandos, e algumas dessas lições nós vamos levar conosco e incorporar em nosso treinamento”, disse ao Jornal da Record o comandante do Batalhão da 101ª Divisão de Assalto Aéreo dos EUA, tenente-coronel Michael Harrison.

Durante o treinamento, 22 aeronaves foram utilizadas para deslocar equipes e levar armas, munição e mantimentos para a tropa. Em terra, blindados deram apoio. Entre morteiros, fuzis, metralhadoras e obuseiros (uma espécie de canhão), os soldados também utilizaram bazucas capazes de destruir um tanque de guerra a cerca de 1 km de distância. Por precaução, os alvos foram representados por bandeiras e marcações em terra, para evitar feridos reais. Na ocasião, os militares norte-americanos participaram apenas como observadores.

— Eles são um exército experiente. Isso foi um protocolo que se iniciou numa reunião bilateral em 2010 e vem se desenvolvendo. Com essa oportunidade, você interage e verifica o que eles estão fazendo de diferente, o que nós estamos fazendo de diferente, e busca as melhores lições aprendidas — conclui o general Tomás Paiva, Comandante Militar do Sudeste.

Créditos: R7.

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