A I Feira da Agricultura Familiar e Agroecológica será de 13 a 15 de novembro no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Colorado do Oeste, no Cone Sul de Rondônia. O evento é aberto à comunidade interna e externa
“A realização da Feira é uma conquista para o Instituto Federal e para os agricultores que trabalham com a agricultura em regime familiar e agroecológico. A produção da agricultura familiar é o que verdadeiramente sustenta a sociedade. A comida da nossa mesa passa pelo trabalho realizado pelo agricultor e agricultora familiar e isso precisa ser discutido, valorizado e reconhecido por todos nós. Por essa razão, a Feira é um marco para o IFRO e para o Estado de Rondônia”, enfatiza o Reitor Moisés José Rosa Souza.
O Diretor-Geral do Campus Colorado, Marcos Aurélio Anequine de Macedo, comenta ser uma oportunidade para a região receber a edição de estreia desta Feira. “Esse é um evento grandioso e muito importante, tanto para agricultores familiares e comunidade externa quanto para estudantes de nosso campus. Isso porque somos uma escola-fazenda, com cursos técnicos de nível médio e de graduação voltados para a área agrária. Então, para nossa própria comunidade acadêmica isso será uma ótima oportunidade formativa. Por isso, ser a sede da primeira edição deste evento magnífico está sendo uma honra e um desafio. Mas estamos nos esforçando para garantir um excelente evento, buscando junto com o Reitor o apoio de várias autoridades que se interessaram por essa iniciativa”.
Durante a feira ocorrerão palestras, oficinas e mesas-redondas, com pautas relativas à agricultura familiar e agroecológica. Além de exposição e degustação de produtos da agricultura familiar e orgânica, venda de produtos, troca de sementes, dias de campo e transferência de tecnologias para uso na agricultura familiar e agroecológica. Bem como partilha de experiências dos povos do campo e da floresta, ciranda infantil – resgate e prática de atividades lúdicas com as crianças e apresentações culturais dos movimentos sociais do campo.
Conforme a Pró-Reitora de Extensão do IFRO, Marcela Regina Stein dos Santos, “é com grande entusiasmo que divulgamos a realização da I Feira da Agricultura Familiar e Agroecológica do IFRO em Rondônia. Este evento não é apenas uma oportunidade de exposição, mas uma celebração das práticas sustentáveis que valorizam o trabalho dos nossos agricultores e fortalecem as comunidades locais”.
“A agricultura familiar e agroecológica desempenha um papel fundamental na segurança alimentar e na preservação do meio ambiente. Ao promovermos esta feira, estamos reconhecendo e valorizando o esforço dos agricultores de Rondônia, que com dedicação e conhecimento ancestral, cultivam nossos alimentos de forma sustentável, respeitando a biodiversidade e os ecossistemas locais”, mostra a Pró-Reitora.
Ainda segundo Marcela, a Feira irá oferecer um espaço para que os agricultores possam comercializar seus produtos diretamente. “Isso representa não apenas um incentivo econômico, mas também um reconhecimento do valor dos produtos locais. Além disso, ao destacarmos a agroecologia, estamos promovendo um modelo de produção que prioriza a saúde do solo, da água e das comunidades. Essa abordagem é essencial para garantir a sustentabilidade das nossas práticas agrícolas no longo prazo. A Feira será uma vitrine para mostrar como é possível produzir alimentos saudáveis de maneira responsável, respeitando o meio ambiente”.
O objetivo é promover a reflexão sobre a agricultura familiar e agroecológica no estado de Rondônia, por meio de uma feira de exposição, compartilhamento de alimentos e troca de sementes, de conhecimentos e experiências, visando fortalecer a soberania alimentar a partir de uma produção ambiental, social e economicamente sustentável.
A Pró-Reitora de Extensão completa dizendo que outro aspecto importante é exatamente o de fortalecimento da identidade cultural dos agricultores. “Cada produto exposto na feira carregará consigo histórias, saberes e tradições que são fundamentais para a nossa cultura local. Ao valorizarmos esses produtos, estaremos também preservando nossa herança cultural e promovendo o orgulho das nossas raízes. Assim, a I Feira da Agricultura Familiar e Agroecológica do IFRO representará uma oportunidade de celebrarmos o trabalho árduo dos agricultores de Rondônia, promovermos práticas sustentáveis e fortalecimento dos laços comunitários. Convidamos todos vocês a participarem ativamente deste evento, não apenas como visitantes, mas como agentes de transformação em prol de uma agricultura mais justa e sustentável em nosso estado”.
Agricultura Familiar e Agroecológica
Durante os dias 13, 14 e 15 de novembro, o Campus Colorado do Oeste sedia a I Feira da Agricultura Familiar e Agroecológica do IFRO em Rondônia. Participarão agricultores e agricultoras de Rondônia que trabalham com a produção em regime familiar e agroecológico; acadêmicos das redes pública e particular; convidados externos; e a comunidade em geral.
Entre os objetivos específicos estão favorecer a integração da comunidade acadêmica com agricultores e agricultoras familiares e agroecológicos de Rondônia; colaborar para a valorização da agricultura familiar e agroecológica; discutir estratégias e ações para fortalecer e expandir a produção familiar e agroecológica; sensibilizar para a produção e consumo de alimentos saudáveis; refletir sobre a crise hídrica, na perspectiva de preservar e restaurar nascentes e, ainda, reflorestar áreas degradadas; fortalecer parcerias com instituições vinculadas ao desenvolvimento regional sustentável; e potencializar a concepção e defesa da agricultura familiar e orgânica em Rondônia.
Conforme a programação, haverá durante toda a feira exposição e venda de produtos. Nas duas primeiras noites, também ocorrem atividades culturais. No dia 14, a partir das 19 horas, será realizado o Luau da Roça (apresentações culturais, feira com venda de produtos e ceia partilhada). Anfitrião do evento, o Diretor-Geral do campus, Marcos Anequine, reforça o convite para quem deseja participar do evento. “Estamos organizando nossa estrutura para receber de braços abertos quem vier para esta Feira. Tanto as dezenas de expositores que vão se instalar no local do evento quanto o público em geral. Estamos buscando garantir a logística de transporte, além da alimentação. Por isso, venham e participem desta grandiosa Feira de Agricultura!”.
No dia 13, quarta-feira, às 8h30, haverá a abertura oficial, seguida da Palestra Magna: Políticas Públicas, com o secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Vanderley Ziger. Das 14 às 17 h, ocorrem três atividades de forma paralela: Mesa-Redonda sobre Segurança Alimentar e Nutricional; Circuito de Atividades de Campo Vegetal; e Circuito de Atividades de Campo Animal. E das 15 às 17 h, é a vez da Oficina de Extração da fibra de bananeira e produção de produtos.
Na quinta, 14, das 8 às 17 horas, na tenda 1, haverá Partilha de Experiências dos Povos do Campo e da Floresta. Na tenda 2, Alimentação Alternativa. E das 8h30 às 10 horas, ocorre a mesa que debate Soberania Alimentar. Das 10 às 12 h, apresentação dos Macroprojetos Institucionais do IFRO (Comunidades Fortes, GeoRondônia, Escola de Chocolate, Força do Campo, Morar + Rural e Cidadania Plena).
Ainda na quinta-feira, das 14 às 15h30, a Mesa-Redonda discute o tema Cooperativismo. Na sequência do período vespertino, será feita a palestra sobre Direitos do trabalhador e trabalhadora do campo. E das 14 às 17 h, ocorrerá a Oficina de Manejo integrado de pragas e doenças e o Espaço livre estará aberto para atividades para crianças e brincadeiras infantis.
Na sexta, 15, inicia com Café Camponês e às 9 h, no também no auditório, é a vez da troca de sementes Crioulas. Das 10 às 11 h, a plenária faz avaliação da Feira e encerramento das atividades.
3ª Feira de Troca de Sementes Crioulas
Junto ao evento da Feira de Agricultura do IFRO, o Campus Colorado do Oeste realizará a terceira edição da Feira de Troca de Sementes Crioulas. O subevento acontecerá na sexta-feira, 15 de novembro, e será organizado pelo Grupo de Pesquisa de Tecnologias para o Manejo de Agrossistemas Tropicais (TMAT) do próprio campus.
O Diretor do campus e líder do grupo de pesquisas TMAT, Marcos Aurélio Anequine de Macedo, explica que as sementes crioulas são aquelas que não possuem intervenção genética, são naturais, tradicionais, produzidas por agricultores familiares, possuindo assim uma grande diversidade genética. “Por isso, o objetivo deste evento é proporcionar a troca de sementes entre os produtores, que poderão conhecer novas espécies, fomentar a troca de experiências exitosas, apresentar novos conhecimentos sobre agroecologia, além de contribuir para a soberania alimentar”, ressaltou.
Junto com a apresentação e debates, haverá o compartilhamento de sementes e mudas para todos que se interessarem em conseguir gratuitamente amostras de diferentes variedades de plantas. Quem deseja ajudar com a Feira de Troca, pode levar sementes crioulas de diversas espécies para compartilhar com os demais participantes. Para isso, basta levar as sementes, mudas, maniva ou ramas embaladas, tomando cuidado para separar sementes de plantas diferentes.
Anequine destaca ainda que o evento irá colaborar para a formação do Banco de Sementes do IFRO, objetivando a conservação e a multiplicação das Plantas Alimentícias não Convencionais (PANCs). “As sementes e as mudas que forem doadas pelos produtores serão identificadas por nossa equipe, que vai registrar a espécie e a origem de cada planta. Uma amostra de cada espécie será guardada pelo IFRO para compor nosso Banco de Sementes. E serão organizadas porções de cada tipo de sementes e mudas para serem disponibilizadas a todos os produtores que comparecerem na Feira e queiram levar uma amostra”, explicou o diretor.
Caso alguém tenha dúvidas ou deseje mais informações sobre a Feira de Troca de Sementes, pode entrar em contato pelo telefone/WhatsApp: (69) 3341-7601.
Porto Velho Calama promove Programação Especial para o Novembro Negro
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Calama, está com uma programação especial em celebração ao Novembro Negro, mês dedicado à valorização da cultura afro-brasileira e à reflexão sobre a importância da inclusão e da diversidade étnico-racial. A agenda do evento traz uma série de atividades voltadas ao público acadêmico e à comunidade, com rodas de conversa, palestras, exposições, desfiles e apresentações artísticas.
Os organizadores convidam a comunidade a conferir a programação completa e a participar deste momento de conscientização e respeito à cultura afro-brasileira.
Conforme a programação, nos dias 5 e 6 de novembro, a Roda de Conversa tem a presença de Débora Honorato e Roberta Paiva, do Grupo de Inovação Social (GSI), das 16 às 18 h no Aquário (Incubadora). É oportunidade para discutir inovação social e a inserção da comunidade negra na Amazônia, promovendo trocas de ideias e experiências.
No dia 11 de novembro, o Painel “O negro na Amazônia” terá a presença do Professor Sérgio Luis de Souza, sociólogo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), das 16 às 18 h no Miniauditório. Será um debate sobre história, desafios e protagonismo da população negra na Amazônia, mediado por um especialista local.
De 18 a 30 de novembro, estará ocorrendo exposição dos alunos da Professora Telma Martins, no hall de entrada do campus. Os trabalhos expostos refletem a cultura afro-brasileira e amazônica, promovendo visibilidade e orgulho para a diversidade presente em nossa sociedade.
Em 27 de novembro, ocorre o desfile de moda afro, pintura corporal e apresentação musical, organizados pelos alunos da Professora Telma Martins, a partir das 16 h no espaço da cantina. Este evento celebra a moda afro e expressa a beleza da estética negra, além de valorizar as manifestações culturais por meio de música e arte.
No dia 28 de novembro, a Palestra “O negro na sociedade de classe”, com Léo Péricles, inicia às 19 horas no auditório. Ativista e palestrante, Péricles abordará o papel da população negra na estrutura social e os desafios enfrentados em uma sociedade marcada pela desigualdade.
“O Novembro Negro é mais do que um evento, é uma oportunidade para fortalecermos o diálogo e valorizarmos as raízes culturais afro-brasileiras”, afirma o Professor Joilson Arruda, Coordenador do evento e representante do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) do IFRO Campus Porto Velho Calama. “Queremos que todos participem e se sintam parte dessa celebração, que promove o respeito, o reconhecimento e a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva para todos”, enfatiza Joilson.
Estudantes do IFRO fazem domingo a segunda prova do ENEM 2024
Depois do primeiro dia de prova no domingo (3/11), alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) se preparam para o segundo e último momento de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), dos mais de 4,3 milhões inscritos no Enem 2024, 73,4% participaram da prova neste domingo, 3 de novembro. O índice revela um aumento de 1,5% em relação ao Enem 2023, quando 71,9% dos inscritos compareceram. De Rondônia, são 38.546 participantes. E no IFRO há iniciativas que reforçam o apoio para estudantes conquistarem bons resultados.
Em todo o Brasil, foram 10.766 locais de prova e 11.635 coordenações, nas 149.724 salas de aplicação, em 1.753 municípios, distribuídos pelas 27 unidades da Federação. No próximo domingo, 10 de novembro, serão questões de ciências da natureza e matemática. O gabarito oficial e os Cadernos de Questões serão divulgados no portal do Inep no dia 20 de novembro. No domingo passado as provas foram de linguagens e ciências humanas. E o tema da redação era: “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”.
Reforço em Física no Campus Colorado
Um aulão de revisão de Física foi realizado no Campus Colorado do Oeste para auxiliar estudantes na preparação para o Enem. O objetivo foi apresentar as competências e habilidades previstas na matriz curricular do Exame Nacional na área de ciências da natureza e suas tecnologias, especificamente em Física. A atividade “Competências e Habilidades de Física para o Enem” foi ministrada em 4 de novembro, no auditório do campus pelo Professor de Física, Márcio Adolfo de Almeida.
Foi voltada a todos os estudantes de 3º ano do ensino médio do campus e aqueles com interesse em fazer a prova do Enem neste ano. Além da atividade realizada no IFRO, o professor também levou essa preparação para a Escola Estadual Paulo de Assis Ribeiro, no município de Colorado do Oeste. Lá ele ministrou o aulão em 1º de novembro, sendo bem recebido pelos estudantes.
O conteúdo do aulão foi cuidadosamente organizado com base nas provas de Física dos últimos cinco anos do Enem, o que permitiu uma abordagem focada nas questões e padrões mais recorrentes. “O objetivo principal foi demonstrar as competências e habilidades da Matriz Curricular do Enem na área de ciências da natureza e suas tecnologias, com foco nas questões de Física”, explicou o docente.
Márcio Adolfo acredita que essas atividades têm grande importância para os alunos de escolas públicas, pois ajudam a conectar os conteúdos aprendidos em sala de aula com as competências e habilidades cobradas na prova do Enem. “É importante que os alunos compreendam como os exercícios de Física no ENEM se relacionam com as competências e habilidades descritas. Explicamos como os exercícios são elaborados e o que o ENEM espera dos estudantes durante a prova”. O professor ainda afirma que a proximidade do exame aumenta o engajamento, uma vez que estudantes ficam ansiosos para identificar conteúdos que aprenderam ao longo do ensino médio nas questões do Enem.
A revisão das questões, segundo ele, permite que os alunos “recordem os conteúdos abordados em sala de aula durante todo o ensino médio”. Entre os tópicos essenciais abordados, o professor destacou que as habilidades que envolvem movimento de partículas, corpos, objetos, entre outros são os mais cobrados. Por isso, trabalhou temas como movimento uniforme, lançamento vertical, lançamento de projéteis, movimento circular, empuxo, gases ideais, dilatação térmica e eletricidade, além de habilidades voltadas para a compreensão de fenômenos e resolução de problemas cotidianos.
Para os estudantes que ainda sentem insegurança em relação à Física, o professor deixou alguns conselhos práticos: “leiam os exercícios minuciosamente e retirem todas as informações pertinentes. Se não souberem as fórmulas, não se desesperem; com o conhecimento adquirido, é possível chegar na resposta correta. Por fim, resolvam primeiro as questões mais fáceis, e evitem ‘chutar’ as respostas”, aconselhou.
Desenvolvendo repertórios
No Instituto Federal de Rondônia sempre são desenvolvidos projetos e temáticas que contribuem na formação integral dos estudantes. De forma que muitas ações terminam elevando direta ou indiretamente o repertório dos(as) discentes do IFRO. Com relação às contribuições para melhor desempenho na prova dissertativa do Enem 2024, cujo tema envolveu “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, os campi do IFRO podem ofertar diferentes exemplos a serem compartilhados.
Durante a aplicação da prova de Redação, seis textos motivadores foram oferecidos para leitura: definição do dicionário da palavra “herança”; provérbio africano sobre a origem das pessoas; trecho de um samba-enredo da Mangueira; trecho de texto que falava que a cultura negra era muitas vezes reduzida a estereótipos no Brasil; e foto de alunos do Rio de Janeiro vendo um grafite do Zumbi dos Palmares.
No Campus Porto Velho Calama, por intermédio do Projeto de Extensão intitulado Cine Itinerante “Do mar do Caribe à beira do Madeira: Educação, Arte e Cultura cinematográfica em instituições de ensino”, o objetivo principal foi oportunizar o contato com a sétima arte, através do cinema itinerante em três escolas municipais e no próprio IFRO Calama. Através da exibição do documentário “Festival do Mar do Caribe à Beira do Madeira 2022 (dia 1)”. A atividade audiovisual de artes integradas traduz toda a obra da autora Cledenice Blackman, que desenvolve pesquisa junto à população imigrante do Caribe Inglês, à qual a pesquisadora denomina como afro-antilhana e à qual fez a cartografia.
No trabalho, desmistificou termos como: barbadiano(a), Alto do Bode, pioneirismo na educação em Rondônia dentre outras contribuições que tem como base imigrantes (homens, mulheres e crianças) e professoras dessa comunidade afro-antilhana. A pesquisa com os imigrantes e sua descendência contribuiu e vem contribuindo com a valorização da cultura africana e ao combate ao racismo estrutural. O projeto também contribuiu para desmistificar a própria história afro-antilhana, conforme explica a historiadora Cledenice Blackman, que trabalha a construção do conhecimento decolonial na tradição cultural portovelhense/amazônida, destacando as influências afro-amazônicas caribenhas inglesas.
“Haja vista que, no início do século XX, imigrantes e famílias afro-antilhanas deram surgimento a um bairro denominado Barbadian Town (Bairro dos Barbadianos), o projeto utiliza o recurso das artes integradas, agregando diferentes linguagens culturais, inclusive do cinema itinerante. Além disso, o projeto contribui para o combate do racismo estrutural, tendo em vista, que conforme o Anuário de Segurança o estado de Rondônia é o segundo estado do país com mais casos de racismo”, explica Cledenice, que é servidora do IFRO Campus Calama.
Ela destaca também que o projeto Cine Itinerante “Do mar do Caribe à beira do Madeira: Educação, Arte e Cultura cinematográfica em instituições de Ensino” visa a contribuir para o cumprimento da Lei nº 10.639/03, posteriormente alterada para nº 11.645/2008, que orienta a obrigatoriedade para os estudos, e consequentemente, produções literárias sobre a cultura afro-brasileira, suas nuances, e inclusão no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e para o atendimento a Portaria nº 470, de 14 de maio de 2024, que institui a Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ). Inclusive, Blackman mostra dados nacionais de que apenas 17% das escolas fazem cumprir a lei étnica racial.
Cinema e educação
Desenvolvido pela Bibliotecária/Documentalista do Campus Porto Velho Calama, Cledenice Blackman, o Cine Itinerante é um projeto de extensão: “Do mar do Caribe à beira do Madeira: Educação, Arte e Cultura cinematográfica em instituições de Ensino”. O projeto foi institucionalizado via Edital nº 3/2024/PVCAL-CGAB/IFRO, de 23 de janeiro de 2024, conforme Edital de Institucionalização das Ações de Extensão – Fluxo Contínuo. E, também foi submetido, aprovado e contemplado pelo Edital de Chamamento Público nº 001/2023/Funcultural, para seleção de projetos artísticos culturais que contemplem o desenvolvimento e a produção de obras audiovisuais no munícipio de Porto Velho (RO), no âmbito da Lei Complementar nº 195 – Lei Paulo Gustavo, de 08 e julho de 2022, do Decreto nº 11.453, de 23 de março de 2023, e do Decreto nº 11.525, de 11 de maio de 2023.
Outra ação é desenvolvida pela Professora de Português, Josifran de Araújo, ao levar seus alunos e alunas dos primeiros anos a desmistificarem o conhecimento apresentando escritores(as) brasileiros(as) e regionais. Ela envolveu as seguintes turmas do IFRO Campus Calama: 1º A/B do Técnico em Eletrotécnica, 1º B do Técnico em Edificações e 1º A/B do Técnico em Informática.
Entre as leituras estiveram a biografia e livros produzidos pela Bibliotecária/Documentalista do campus, Cledenice Blackman. De forma que um grupo de alunos(as) entrevistaram, apresentaram a biografia e as obras: “Do mar do Caribe à beira do Madeira: Historiografia, Cultura e Imigração” (2019) e “Do mar do Caribe à beira do Madeira: A diáspora afro-antilhana para o Brasil” (2022). Ambas as obras estão disponíveis para consulta e empréstimo da comunidade acadêmica na Biblioteca do Campus Porto Velho Calama. Os livros foram doados própria autora.
Para Cledenice Blackman essas são ações, atividades e projetos que oportunizam a comunidade escolar desvendar a cultura hegemônica eurocentrada e, consequentemente, conhecer mais sobre a Cultura Africana. Além disso, que puderam contribuir na elaboração, possuindo um repertório instrumental e embasamento para elaborar o texto dissertativo do Enem 2024: “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil.
Campus Avançado São Miguel do Guaporé realiza certificação do Curso FIC Agricultor(a) Agroflorestal
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Avançado São Miguel do Guaporé, foi palco de uma celebração inesquecível: a cerimônia de certificação do curso de Agricultor(a) Agroflorestal, parte do programa Biocenomia da Amazônia, realizado na comunidade indígena do território Rio Branco, com as etnias Tupari e Kampé.
Realizado no dia 31 de outubro, na sede do campus, foi um momento de beleza e emoção. Conforme os representantes do IFRO, o ambiente estava repleto de sorrisos, lágrimas de alegria e um sentimento de conquista compartilhado por todos. Cada rosto contava uma história de determinação, e era impossível não se emocionar ao ver homens e mulheres indígenas celebrando a conclusão dessa importante jornada. Orgulhosos de sua formação em agricultura agroflorestal, eles irradiavam felicidade e esperança por um futuro mais sustentável e próspero.
“Foi uma oportunidade muito boa trabalhar este curso dentro de uma comunidade indígena, fomos muito bem acolhidos e pudemos trocar boas experiências. O curso de Agricultor Agroflorestal propiciou uma prática muito rica para os alunos, uma vez que eles conseguiram desempenhar as atividades nas suas próprias terras”, conta a Coordenadora Local do Programa Bioeconomia, Cirlânia Pereira Batista.
Segundo Cirlânia, era um momento de gratidão. “Nós, da instituição, sentíamos uma imensa alegria e privilégio por ter compartilhado essa experiência de aprendizado mútuo. Mais do que um curso, este foi um encontro de saberes, uma troca enriquecedora que deixou um legado de conhecimento e respeito. Obrigado por confiarem em nós e por nos permitirem fazer parte dessa linda história”, ressalta.
A aluna Lohayne Sairãka Tuapri Kampé mostra que “a palavra que expressa a admiração, respeito e carinho por meus professores é ‘agradecimento’. Agradecer pela paciência, pela partilha de conhecimento, pelos ensinamentos para a vida. O professor não somente ensina matérias, o professor disciplina alunos, aconselha, gerencia atividades, planeja o futuro e principalmente é formador de opinião. O professor nos faz pensar, refletir, colocar as ideias no lugar. O que seria de nós sem os professores, que, aliados aos pais, nos formam personalidades do bem? Professores não são esquecidos, são lembrados com carinho e ternura”.
“Quem não se lembra dos professores que marcaram sua vida, daquela aula cuja matéria era muito interessante, daquela bronca não bem recebida pela imaturidade? Quem não se lembra dos jeitos particulares e únicos de cada um lecionar? Quem não se lembra da rigidez cobrada para cumprimento do respeito mútuo? Aos mestres agradeço pela luta diária, pela motivação não monetária para exercer com profissionalismo da melhor forma. Os professores nos apresentaram matérias que muito usaremos na vida e outras lições que não estavam incluídas nos livros. Sou grata e honrada pelos professores que tive, pelos ensinamentos que colhi e pela certeza da contribuição árdua desses profissionais para mudanças significativas”, completa Lohayne.
Ela reforça dizendo “obrigada a todas as pessoas que contribuíram para o meu sucesso, principalmente para os nossos queridos professores, Professor Márcio, Professora Jordana e querido Professor Wagner, para o meu crescimento como pessoa. Sou o resultado da confiança e da força de cada um de vocês”, afirmou Lohayne.
Professora e madrinha da turma, Jordana de Araújo Flores, relembra que “eu já sabia que ministrar um curso de agricultor agroflorestal em uma comunidade indígena seria uma experiência única e desafiadora, mas a experiência foi além da relação instrutor e cursistas. Nos primeiros encontros, percebi a importância de uma troca de conhecimentos sensível e respeitosa, então comecei ouvindo e observando as práticas agrícolas e crenças da comunidade. Essa abordagem colaborativa criou um ambiente de confiança, essencial para o curso. E dessa forma a troca de conhecimento fluiu com abundância, assim como as águas do rio branco que dão nome ao território”.
A docente conta que é amazonense e que esse encontro a “reconectou com raízes que a muito estavam adormecidas. A cada fim de semana, compartilhávamos não só conhecimentos, mas também o alimento, conversas calorosas e boas risadas, marcadas pela hospitalidade e o respeito mútuo. Preciso ressaltar que as etapas práticas eram as mais esperadas por ambas as partes, onde juntos preparamos uma composteira, identificamos plantas, planejamos sistemas e sempre debatíamos sobre como cada prática impactava o ambiente e em nossa sobrevivência”.
Para finalizar, Jordana diz que “concluímos oficialmente o curso, mas o aprendizado necessita de continuidade, pois a agrofloresta é mais que uma técnica, é um modo de vida. Por fim digo que essa experiência deixou uma marca permanente em mim e que ela possa ser fonte de inspiração para que eu continue ensinado as técnicas que aprendi sem esquecer que elas vieram de povos tradicionais”.
O Coordenador de Pesquisa e Extensão, Marcio Moreira Costa, explica que a realização do curso de Agricultor(a) Agroflorestal na comunidade indígena Trindade foi um desafio e um privilégio. “A distância da sede do nosso campus até a comunidade é de 60 km, dos quais os 25 km finais estão dentro da TI Rio Branco e em meio à floresta. Isso gerou um custo adicional, custeado pelo campus, além de exigir maior compromisso dos colaboradores por conta do tempo desprendido para ir ministrar as disciplinas. Inclusive tivemos desistência. As atividades cotidianas dos indígenas somadas à distância exigiram ainda um calendário alternativo. As aulas não poderiam ocorrer durante nos dias de semana. Realizar a noite estava fora de cogitação, por exemplo. As atividades do projeto precisavam acontecer aos finais de semana. Por quase 90 dias, a rotina de trabalho incluiu as manhãs e tardes dos sábados e domingos”.
“No entanto, não foram apenas desafios. Pelo contrário, a acolhida de toda a comunidade e a motivação dos alunos e alunas tornaram os desafios pequenos. E foi um enorme privilégio participar dessa partilha de experiências. Oferecemos um pouco do que tínhamos e recebemos muito. As refeições – cafés da manhã e almoço – foram verdadeiras experiências humanitárias; sempre compartilhadas. Ver a realização da certificação desses alunos e alunas é uma realização como coordenador de extensão, mas também como docente. E a certeza de que os esforços valeram a pena e de que a educação está no caminho certo quando chega àqueles que têm menos acesso. E a missão do IFRO é bem clara nesse sentido”, enfatiza o Professor Marcio.
O Diretor-Geral do campus, Mauro Sergio Demício, afirma que a “certificação é muito simbólica para nós do Campus São Miguel, porque é a primeira certificação que fizemos na nossa sede nova e, muito importante, todos os alunos são indígenas do Território Indígena Rio Branco. Considerando nossa região do Vale do Guaporé, esse fato nos deixa muito orgulhos, pela certeza de estarmos cumprindo nossa missão institucional de nos fazermos presentes para todos os povos dessa região, especialmente para os povos e comunidades tradicionais. Estamos todos radiantes de alegria, na certeza de que essa foi apenas uma das muitas ações que pretendemos juntamente com os povos indígenas, quilombolas e extrativistas da região”.
Festival Gastronômico Hispano-Americano é realizado no Campus Jaru
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Jaru, realizou o Festival Gastronômico Hispano-Americano. Participaram servidores do campus, pais e discentes dos segundos anos dos cursos técnicos integrados ao ensino médio. O evento faz parte da culminação de um projeto de ensino interdisciplinar envolvendo as disciplinas de Língua Inglesa e Espanhola.
O Festival Gastronômico Hispano-Americano ocorreu no dia 24 de outubro de 2024, no pátio do IFRO Campus Jaru. Na oportunidade, discentes dos segundos anos dos Cursos Técnicos em Alimentos, em Comércio e em Zootecnia participaram da preparação, organização e apresentação de diversos pratos da culinária hispano-americana.
Conforme o Professor de Língua Espanhola, Osvaldo Homero Garcia Cordero, a atividade foi pensada para aproximar os pais e os responsáveis dos alunos envolvidos no projeto, através de convite feito para que participassem na degustação das iguarias alimentícias advindas de países de fala hispana. A ação ainda contribuiu para aproximar os pais e os responsáveis da instituição de ensino, além de conhecer aspectos da culinária de outros países.
“Foi um momento de conhecimento das diversas manifestações culturais da culinária hispano-americana e também a oportunidade de provar novos sabores de comidas, bem como conhecer as receitas e os ingredientes utilizados durante a preparação. A utilização do laboratório de alimentos do campus foi fundamental para o sucesso do evento”, finalizou o docente.
Imprensa IFRO