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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Fofoca no zap ajuda polícia a identificar carrasco do tribunal do PCC

Mensagens de texto trocadas entre mulher e namorado, apontado como disciplina da facção, ajudaram polícia a investigar tribunais do crime

Alfredo Henrique – Metrópoles – São Paulo – Mensagens de WhatsApp trocadas entre uma mulher e seu namorado, apontado como disciplina do Primeiro Comando da Capital (PCC), ajudaram a Polícia Civil a identificar um dos carrascos que executam as penas de morte decretadas em tribunais do crime pelo chefão Alexsandro Cardoso Mota, o Satanás.

Nas mensagens interceptadas pela polícia, obtidas pelo Metrópoles (veja galeria abaixo), a mulher pergunta ao namorado se ele “quer fofoca”, resultando na resposta “solta a braba amor”.

“Sei quem matou o Jardi e o Dudu”, escreve a namorada, referindo-se a Douglas Pereira de Sobral, o Dodô, cujo corpo, encontrado em um cemitério clandestino em 3 de janeiro, ajudou a identificar as ações do núcleo da morte chefiado por Satanás.

Dodô foi morto, segundo as investigações, por supostamente ter tentado matar um disciplina do PCC, conhecido como Pé na Porta. A outra vítima mencionada na mensagem da mulher seria Luís Carlos Gomes Inácio, o Jordi.

A conversa da namorada com o disciplina segue: “não conta para ninguém, mas [quem matou o Dodô] foi o ex da minha mãe”.

Ela segue explicando ao namorado, Reginaldo Caetano da Silva, que a mãe terminou com o então companheiro ao saber sobre a autoria do assassinato. “Ele [namorado da mãe] está fugido, ninguém sabe onde ele está”.

Quem comentou sobre a autoria do homicídio com a mãe da mulher teria sido Jordi, resultando em sua morte, por ter falado demais. Ele foi encontrado morto, em 7 de janeiro, em uma rua de Taquaritinga.

As mortes de Dodô e Jordi, conforme denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), teriam ocorrido a mando, no primeiro caso, de Satanás e, no segundo, de José Adilson dos Santos, o Charutinho, que descumpriu regras da facção ao determinar o homicídio de Jordi sem o aval de Satanás.

Ameaças

Metrópoles teve acesso a boletins de ocorrência registrados por vítimas de ameaça, nos quais o nome de Satanás é mencionado como o responsável pela justiça paralela da região – incluindo cidades do entorno, como: São Carlos, Matão, Araraquara e Santa Ernestina, por exemplo.

Há casos oficiais envolvendo o chefão do PCC, ao menos, desde 2010.

Satanás seguia foragido da Justiça até a publicação desta reportagem. Há mandado de prisão preventiva expedido contra ele. Sua defesa não foi encontrada. O espaço segue aberto para manifestações.

(Metrópoles)

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