Espigão do Oeste – O delegado da Polícia Federal, Mauro Spósito, disse que a exploração ilegal de diamantes na Reserva Indígena Roosevelt, localizada a cerca de 500 quilômetros de Porto Velho, capital de Rondônia, está paralisada. Ele informou que os últimos garimpeiros, cerca de 100 homens, teriam sido retirados da área ainda durante o mês de agosto, com a ajuda dos próprios índios. “Vasculhamos tudo por ar e por terra. Hoje o garimpo está imobilizado”, disse.
A partir de agora os acessos ao garimpo continuarão fechados, na tentativa de evitar o reinício da garimpagem. O delegado acredita que com a manutenção da fiscalização será possível impedir a entrada de máquinas, peças e combustível na área, inviabilizando a exploração, que atualmente só pode ser feita por meio de mecanização. “A própria destruição ambiental inviabilizou a garimpagem manual”, disse.
A Polícia Federal continua investigando empresas de mineração estrangeiras e brasileiras, políticos, policiais federais, funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) e várias outras pessoas que têm ligação com o garimpo. Somente no último ano foram presas cerca de 100 pessoas, acusadas de envolvimento com a exploração ilegal.
Mortes dentro e fora
Não se sabe ainda o volume nem o valor dos diamantes retirados do garimpo dos Índios Cinta Larga, mas a jazida encontrada na área é considerada uma das maiores e mais valiosas do mundo. De acordo com estimativas feitas pela Polícia Federal, no mínimo 5 mil garimpeiros já passaram pelo local em busca das pedras. A reserva indígena está localizada numa área de 23 mil hectares, dos quais 100 já foram totalmente devastados.
Pelo menos 35 pessoas já morreram dentro do garimpo. Os índios são acusados pela morte da maioria delas. Além disso ocorreram vários outros assassinatos nos municípios da região, motivados pela disputa entre os próprios garimpeiros. As duas últimas três mortes relacionadas com o garimpo ocorreram há menos de 30 dias, duas dentro e uma fora da reserva.