A ação Mapeia Rondônia promovida pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), ampliou para os rondonienses a possibilidade de testagem para a Covid-19.
Segundo publicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), “como a produção de anticorpos aumenta a cada dia a partir do início da infecção pelo vírus, é
preciso que haja uma quantidade mínima de anticorpos que o teste consiga detectar. Este período entre o início dos sintomas e a detecção dos anticorpos em exames é chamado de janela
imunológica. Se a testagem ocorrer dentro do período de janela imunológica, o resultado do ensaio poderá ser negativo mesmo se a pessoa estiver contaminada (falso negativo)”.
Segundo Alessandro dos Santos de Farias, professor do Instituto de Biologia e coordenador da Frente de Diagnóstico da força-tarefa de enfrentamento ao novo coronavírus da Unicamp, ainda existe a possibilidade de o teste ter um resultado “falso positivo”. Isso acontece porque diferentes anticorpos reconhecem uma partícula que pode ser comum a diferentes proteínas – presentes no coronavírus, mas também em outros vírus.
Então, é possível que o indivíduo tenha anticorpos que não, necessariamente, sejam para combater o coronavírus, mas foram identificados no teste. “Mas a possibilidade de ‘falso negativo’ é mais alta porque o teste não é muito sensível e a pessoa pode não ter anticorpos numa quantidade suficiente para que eles sejam identificados”, conclui o coordenador.
Por isso, é importante respeitar o intervalo entre os sintomas e a testagem, estar atento às informações das instruções de uso (que trazem orientações específicas sobre cada produto) e também que o teste seja executado e interpretado por profissional de saúde.
Essa situação não corresponde necessariamente a uma falha no produto, mas à não observância da advertência quanto ao período adequado para a testagem.
Testes rápidos positivos indicam que você teve contato recente com o vírus (IgM) ou que você já teve Covid-19 e está se recuperando ou já se recuperou (IgG), uma vez que indicam a presença de anticorpos (defesas do organismo). No entanto, os anticorpos só aparecem em quantidades detectáveis nos testes pelo menos oito dias depois da infecção.
A possibilidade de ocorrer um falso positivo é muito menor do que a de apresentar um falso negativo, por ser necessária uma quantidade considerável de anticorpos a serem identificados. Segundo a coordenadora de Atenção Integral à Saúde, Isabela Andressa Luz de Moura, questões de armazenamento e estabilidade despropositada, bem como utilização inadequada, interferem na leitura do dispositivo. Assim, cabe ao executor atentar-se ao cumprimento rigoroso das orientações dispostas nas Notas Técnicas publicadas pela Agevisa/RO e na bula para o dispositivo de teste rápido NOVO CORONA VÍRUS 2019-Ncov IgG/ IgM.
Os testes rápidos utilizados na ação do Governo de Rondônia na ação Mapeia Rondônia são produzidos pela empresa Hangzhou Realy Tech, com registro da Anvisa nº 81178700020, que autoriza sua utilização e comercialização em todo o território nacional. Possuem ainda certificado de Boas Práticas de Fabricação de Produtos para Saúde, devidamente aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por meio da Resolução-RE nº 1.631, de 21 de maio de 2020.
“Reiteramos que os testes rápidos estão sendo utilizados em larga escala em muitos países do mundo, tendo sua aplicação para triagem e auxílio diagnóstico, com sua acurácia ainda em fase de desenvolvimento,” explica a coordenadora.
Ainda, segundo a Anvisa, os testes rápidos (IgM/IgG) têm relevante aplicação no mapeamento do status imunológico de uma população (que já teve o vírus ou foi exposta a ele). Tal mapeamento pode contribuir de forma positiva no processo de relaxamento das medidas restritivas, ou seja, quando do controle pandêmico, o mapeamento imunológico terá significativa relevância por ocasião do retorno das atividades.
(Dislene Queiroz – Sesau)