Cacoal/RO – A história do Povo Suruí, desde a época do contato com os brancos, aos dias atuais, está sendo
retratada em telas, pela artista plástica Adlanes Cristóvão Suruí. Com habilidade na arte de pintura em óleo sobre tela,
ela se dedica principalmente a mostrar os hábitos primitivos dos índios. “Em cada tela exponho alguma coisa só deles,
como a forma de fazer cerâmica”, disse.
A escolha do Povo Suruí não foi por acaso. Mulher do líder Almir Suruí, Adlanes convive com os costumes
indígenas há 14 anos. ‘’Retrato os Suruís, porque são um povo que conheço”, disse.
O trabalho de Adlanes agrada principalmente a quem vem de fora. Expostas na Organização Não Governamental (ONG)
Kanidé, na capital do Estado, as telas são adquiridas principalmente por ambientalistas e pesquisadores estrangeiros.“Eles
gostam e levam as telas embora”, conta Adlanes.
Apesar da satisfação pela aprovação de seu trabalho, Adlanes se preocupa ao ver que está cada vez mais distante a
possibilidade de concretização de seu projeto de reunir um bom número de telas e fazer uma grande exposição. “Aqui as
pessoas não ligam muito, mas lá fora a cultura indígena é muito valorizada”, disse.
Os registros históricos mostram que o Povo Suruí foi contactado em 1969. Na época existia uma população de aproximadamente 5 mil pessoas. Uma epidemia de sarampo surgida após o contato, teria reduzido-a a 290. Hoje seriam cerca de 1.100 pessoas, residentes em aldeias do município de Cacoal.