Somente na 6ª Legislatura, três mulheres foram eleitas, o maior numero na Câmara de Cacoal
Desde 1983, Cacoal tem passado por importantes transformações políticas, econômicas e sociais. No entanto, a escassa representatividade feminina na Câmara de Vereadores permanece como uma dívida histórica que insiste em não ser saldada. Em uma sociedade onde as mulheres são a força motriz do progresso, contribuindo diariamente para o desenvolvimento das famílias e comunidades, essa sub-representação reflete um desequilíbrio que precisa ser corrigido.
Ao longo do período de 1983 até hoje, foram eleitos 118 vereadores em Cacoal, sendo 107 homens e apenas 11 mulheres, um número insuficiente para sequer completar uma Câmara inteira. Isso revela um problema estrutural profundamente enraizado, pois a presença feminina foi ínfima em várias legislaturas, com uma média de uma mulher eleita por mandato.
Esses números não são apenas estatísticos, mas um grito por justiça e equidade que ecoa pelas ruas de Cacoal. Entre 2009 e 2012, três mulheres conseguiram romper as barreiras e conquistar assentos na Câmara, oferecendo um vislumbre de esperança. No entanto, na atual legislatura (2020-2024), nenhuma mulher foi eleita, o que evidencia um retrocesso alarmante.
Essa realidade reflete uma falha não apenas nas estruturas políticas, mas também na sociedade, que ainda não valoriza suficientemente o papel da mulher na política. Negar espaço às mulheres é negar à sociedade como um todo a oportunidade de ouvir vozes que trazem perspectivas únicas, especialmente sobre questões urgentes como saúde, educação, segurança e combate à violência de gênero.
A mudança, porém, pode começar agora. Este domingo oferece uma oportunidade única para que as mulheres de Cacoal assumam o papel que lhes cabe no cenário político. Quando mulheres votam em mulheres, todos ganham. A dívida histórica ainda pode ser resgatada, e é imperativo que se dê esse passo fundamental para garantir um futuro mais justo e igualitário.
Cacoal tem a chance de reescrever sua história política, e esse novo capítulo será escrito por muitas mãos femininas e de homens indignados com essa situação. Neste domingo, a transformação pode começar com as mulheres assumindo seu lugar nos espaços de poder e decisão.
Reportagem: Daniel Oliveira da Paixão