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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Hospital aposta no entendimento à cultura para fortalecer assistência aos indígenas

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Referência no interior de Rondônia, unidade possui estrutura e profissionais totalmente adaptados para atendimento de povos indígenas, garantindo acesso à saúde em meio a floresta amazônica brasileira
 
No mês em que é celebrado o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, especialistas do Hospital Bom Pastor, referência no atendimento de saúde para mais de 30 aldeias na região de Guajará-Mirim, em Rondônia, ressaltam a relevância de incorporar o entendimento e o respeito à cultura indígena na assistência humanizada, fortalecendo o vínculo com seus pacientes e a comunidade.  

Distante dos centros urbanos, o Hospital Bom Pastor está localizado em uma região onde 90% do acesso é feito por meio fluvial. A unidade própria da Pró-Saúde atende uma população de mais de cinco mil indígenas, com realização de consultas, exames, cirurgias, partos e internações. 

De acordo com Yara Rodrigues Leite, coordenadora de Enfermagem do Bom Pastor, o atendimento aos indígenas é uma importante lição. “O nosso relacionamento com os pacientes se torna aprendizado, conseguimos compreender sua cultura e respeitar seu espaço, até aprendemos um pouco de sua língua. Essa troca possibilita que eles entendam a importância da nossa assistência e do tratamento hospitalar”, diz. 
            
Atuando com respeito à cultura indígena, a unidade busca oferecer assistência humanizada a todos os seus pacientes, além de recursos específicos, com profissional técnico em enfermagem indígena, com fluência no dialeto para facilitar a comunicação, serviço de nutrição voltada aos hábitos alimentares indígenas, e implantação de uma horta medicinal, para atender a cultura das aldeias com tratamento fitoterápico. 

A unidade também conta com outras intervenções especialmente para acolhimento dos índios, como a oca indígena construída para humanizar o atendimento dos pacientes e visitantes, buscando trazer para dentro do hospital um local próximo do vivido nas aldeias. O hospital também instalou redes nas enfermarias.   

“Geralmente, os indígenas buscam realizar o tratamento nas próprias aldeias, por meio de suas práticas, mas quando não apresentam melhora, buscam atendimento no hospital. Eles conhecem nosso trabalho e sentem segurança em nos procurar”, ressalta Yara.  
Outro detalhe importante para atrair os pacientes indígenas é a relação com as equipes assistenciais e administrativas da Casa de Saúde Indígena (Casai), espaço que dá apoio e abriga pacientes indígenas que estão em tratamento médico fora das aldeias.  

Para Geraldo Fonseca, diretor Hospitalar do Bom Pastor, a unidade mantém boa comunicação com o público indígena e vem fortalecendo o vínculo para que esses pacientes procurem pelo hospital antes de um quadro mais grave. “É fundamental ter um bom relacionamento, são laços de confiança criados que nos proporciona a chegada de cada vez mais pacientes, nos ajudando a prestar assistência de qualidade”, explica. 

Pandemia 

Há 11 meses, o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), órgão o Ministério da Saúde, orienta os povos a não deixarem as aldeias, como forma de evitar contaminações pelo novo coronavírus, o que vem impactando na procura por atendimento na unidade.  

No total, no ano passado, o Hospital Bom Pastor atendeu 18 pacientes com casos leves e moderados do novo coronavírus, além de realizar o acolhimento e encaminhamento de casos mais graves. “Entre os desafios, também buscamos conscientizar os pacientes indígenas sobre a necessidade do isolamento, já que estão habituados com um intenso contato familiar em suas tribos”, conclui o diretor.  

Fonte: Comunicação – Pró-Saúde

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