Cacoal/RO – O cacique Pio Cinta Larga, que assumiu na última quinta-feira a administração regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Cacoal, disse ontem (25) que vai montar sua equipe de trabalho a partir da próxima segunda-feira. Ele informou que ainda não nomeou ninguém porque está aguardando a presença do novo coordenador do Grupo da Força Tarefa Cinta Larga, João Batista Maglia, que permaneceu durante o dia de ontem na base da Polícia Federal, em Pimenta Bueno. “Como trabalharemos em parceria, prefiro esperar o João Batista para formarmos a equipe juntos”, disse Pio.
Pio disse que os líderes indígenas de outras etnias também serão ouvidos na hora das decisões. Além de cuidar das áreas administrativa e financeira da administração regional da Funai, o cacique tem a atribuição de administrar qualquer situação ocorrida nas aldeias das etnias Cinta Larga, Suruí, Kwaza, Apurinã e Mequéns, localizadas nos municípios de Cacoal, Pimenta Bueno e Espigão do Oeste.
Quanto aos 16 funcionários exonerados pelo presidente da Funai, Márcio Augusto Freitas de Meira, o cacique disse que vai conversar com seus parentes para depois decidir se vai reaproveitá-los em novas funções. A maioria dos exonerados ocupava cargos de chefia de postos indígenas nas aldeias e os demais trabalhavam nos setores administrativo e financeiro da Funai. Sobre os motivos das demissões, o cacique disse apenas que foi pego de surpresa pelas exonerações.
Apesar de ser o primeiro índio a ocupar o cargo em Rondônia e o segundo no Brasil, Pio disse que está preparado para suas novas funções. Antes de assumir a Funai, o cacique era um dos principais chefes do garimpo de diamantes da Reserva Roosevelt, localizado no município de Espigão do Oeste.
Questionado sobre sua vida pessoal, o cacique disse que tem apenas uma esposa e seis ou sete filhos. Sobre sua idade ele afirmou que “a única coisa que não sei da minha vida é quantos anos tenho”.