A região do 1º distrito de Ji-Paraná tem deixado os conselheiros tutelares bastante preocupados com o crescimento de casos de automutilação de jovens adolescentes, sendo a maioria deles alunos da rede estadual de ensino. Somente nos primeiros quatro meses do ano, o 1º Conselho Tutelar recebeu de uma unidade estadual 40 casos, entre eles, o de uma jovem que praticou o ato usando a tampa de uma caneta. Informou na sexta-feira (10), a conselheira e coordenadora, Leandra Brito. Os casos de abusos sexuais, também tiveram aumento, seguido de atos de negligência.
De acordo a coordenadora, o primeiro semestre deste ano já supera o número de atendimento do mesmo período de 2023, sendo os casos mais frequentes a de automutilação infanto juvenil e de abusos sexuais, além dos registros de negligências. “Quando somos acionados, averiguamos e em caso de constatação encaminhamos às vítimas para o atendimento o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). “Esse órgão já se mostra sobrecarregado com essa demanda”, relatou.
Ainda de acordo com a coordenadora, somente de uma escola são 40 casos informados. Segundo Leandra Brito, logo que o Conselho Tutelar é acionado, um dos primeiros atos é notificar a família bem como orientá-la sobre como buscar o atendimento correto. “Infelizmente, muitas das vezes a própria família desconhece esse tipos de caso. Mães, responsáveis e escolas precisam observar mais o comportamento desses jovens. Nunca sabemos o que se passa na mente deles”, alertou.
Abusos
Outro tipo violência considerado preocupante, são os registros de abusos sexuais. O último, também foi informado por uma unidade de ensino e teve como vítima uma adolescente, abusada supostamente pelo padrasto, que mesmo com medida protetiva, ele continuou morando na casa da estudante.
Ao tomar conhecimento, o conselho realizou o acolhimento da jovem. “Pelo relato da mãe, a mesma não acredita que o companheiro seja o autor do abuso”, relatou Leandra Brito.