Paraíso ecológico de Rondônia, o Vale do Guaporé oferece um cenário deslumbrante não só para os amantes da pesca esportiva, mas também para os que amam a natureza e se encantam com suas belezas. É o caso da jornalista Renata Silva, que mora em Porto Velho e escolheu esta região para passar parte de suas férias.
Juntamente com seus pais, ela fez uma expedição na região que fica próxima a Porto Rolim, distrito de Alta Floresta D’Oeste, e fronteira com a Bolívia. “Rondônia tem muitas belezas e riquezas ainda desconhecidas ou pouco conhecidas pelos próprios rondonienses. Precisamos conhecer para reconhecer nossas riquezas e o Vale do Guaporé é uma delas”, comenta Renata Silva, que é conhecida por exaltar as belezas de Rondônia por meio de fotos e vídeos.
As imagens espetaculares que ela fez nesta expedição a gente traz nesta reportagem para você.
Considerado um dos principais pontos de ecoturismo e turismo cultural de Rondônia, essa região abriga exuberante fauna e diversificada flora. O rio Guaporé abriga espécies de mamíferos aquáticos únicos da Amazônia, como o boto tucuxi, além das tartarugas que todos os anos povoam as praias na época das desovas. O rio é cercado pela densa floresta amazônica intocada, abrigando mais de 30 espécies de peixes, dentre eles os mais desejados pelos amantes de pesca esportiva: Pirarara, Cachara, Caparari, Tucunaré, Corvina entre outros.
As aves fazem um show a parte neste período de seca na Amazônia. Durante sua expedição, a jornalista Renata Silva se deparou com cenários de tirar o fôlego. Segundo ela, aves das mais diversas espécies acompanham o barco por todos os percursos e há locais em que elas ficam concentradas fazendo um espetáculo à parte. “Vimos paisagens que nos deixaram verdadeiramente encantados. São cenários intocados que nem fotos ou vídeos conseguem mostrar tamanha beleza. Assistimos espetáculos de milhares de pássaros, das mais diversas espécies, fazendo revoadas e que vamos levar pra sempre na memória”, relembra Renata.
Além das garças, Tuiuús, biguás, maguaris, gaivotas, jacu-cigano, a ave que mais chamou a atenção da jornalista foi o Colhereiro. No período reprodutivo, esta ave exibe uma bela plumagem cor-de-rosa: quanto maior a ingestão de crustáceos, mais rosadas ficam essas penas, o que é um indicador da qualidade do meio-ambiente em que vivem. Renata Silva conseguiu fazer diversos registros desta ave que ficaram espetaculares.
Também é possível se deparar com as mais exóticas espécies de animais e ainda ser surpreendido com outras mais selvagens, como os jacarés e o mais temido felino da América do Sul e símbolo da floresta amazônica, a onça-pintada. Renata conta que os jacarés estão lá por toda parte, dos mais variados tamanhos e conseguiu fazer diversos registros deles pelas águas do rio Guaporé. “Já a onça desta vez não vi. Em uma outra ida ao Vale do Guaporé cheguei a avistá-la na beira do barranco, mas essa cena ficou apenas na memória”, relembra a jornalista.
Essa expedição mistura aventura e sossego e é pra todas as idades. O pai da jornalista, Antônio Silva, de 73 anos, e a mãe, Henriqueta Silva, de 68, adoraram a experiência e recomendam. “É um paraíso que temos ao nosso alcance. Precisamos valorizar e zelar por ele”, diz Antônio.
Ao longo do leito do rio Guaporé é passível encontrar boa infraestrutura com pousadas, barcos-hotéis, vila de pescadores, embarcações com piloteiros e guias de pesca. A jornalista e sua família optaram pela Pousada do Toa, que fica já na Bolívia, bem na fronteira com o município de Alta Floresta D’Oeste, Rondônia. Além de uma vista linda para o rio, o nascer e o pôr do sol, possui acesso fácil a diversos locais para pesca e passeios. A pousada conta com boa infraestrutura, excelentes cafés da manhã, almoço e jantar, além de um ótimo atendimento de toda equipe da Osmarina e do Toa, proprietários da pousada. “Basta um contato pelo whats app para organizar a ida, alinhar detalhes do passeio ou pescaria e a recepção no porto”, conta Renata.
Ao longo de todo o ano é possível visitar o Vale do Guaporé e conhecer suas belezas. Mas, a alta temporada vai de junho a novembro.
O local da expedição feita pela jornalista fica cerca de 700 quilômetros da capital de Rondônia, Porto Velho. Saindo do município de Alta Floresta D’Oeste, a 530 quilometros da capital, é necessário percorrer a rodovia P50, com 20 quilômetros de asfalto e o restante é de estrada não pavimentada, mas, no período de seca, geralmente está em ótimas condições. O caminho é um espetáculo à parte. São cerca de 140 quilômetros cortando morros, planícies, aterros e a mata. As placas guiam até o porto, onde uma embarcação, previamente agendada, espera pelo turista.
Conheça o Vale do Guaporé
Possui uma rica biodiversidade, no encontro de dois biomas: Floresta Amazônica e Pantanal Mato-grossense, soma-se isso à mistura de cultura caboclas, quilombolas e indígenas. O Vale do Guaporé faz parte do corredor ecológico binacional Guaporé-Mamoré-Itenêz.
O rio Guaporé nasce no município de Pontes e Lacerda (MT) a 1.800 metros de altitude, nos contrafortes da Serra dos Parecis, entra no estado de Rondônia fazendo a divisa natural entre Brasil e Bolívia, percorre 1.716 km e deságua no Rio Mamoré, no Município de Costa Marques (RO). Às margens do Guaporé há grandes áreas de preservação, como o Parque Estadual de Corumbiara, com 427 mil hectares, e o Parque Nacional Noel Kempff Mercado, na Bolívia, uma das maiores unidades de conservação das Américas, com 1,6 milhões de hectares. A fauna e a flora são das mais diversificadas do planeta.
Além da pesca e do turismo ecológico e cultural, o Vale do Guaporé é rico em arqueologia – inclusive, reporta à passagem dos incas pela região de Alta Floresta D’ Oeste (RO), oferecendo ainda áreas adequadas às práticas de rapel, parapente, rally, trilhas, camping e muito mais. Tudo isso permeado por histórias como as do Forte Príncipe da Beira, lendas indígenas e ribeirinhas e manifestações populares como a centenária procissão fluvial do Divino Espírito Santo.
(Fontes: jornalista Renata Silva e SETUR – RO)