O acusado de matar a namorada Vitória Metzge,15 anos, em Cujubim (RO), Vale do Jamari, foi condenado a 64 anos e 6 meses de prisão em regime fechado. O julgamento foi na sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher.
O assassinato aconteceu em junho de 2021, quando Vitória foi morta com um tiro na cabeça, e após o crime, o homem fugiu e deixou Vitória agonizando com o bebê no colo.
O júri popular aconteceu no Tribunal do Júri em Ariquemes (RO). O Ministério Público (MP-RO) denunciou o réu pelo crime de feminicídio, por motivo fútil e forma cruel, ação que dificultou a defesa da vítima. A maioria dos jurados reconheceu o parecer do MP-RO e votou pela condenação do acusado.
A sentença levou em consideração os antecedentes criminais do réu, com extenso histórico de violência doméstica contra a vítima e a existência de medidas protetivas. O comportamento frio e violento ao disparar contra a cabeça de sua parceira, que estava em estado puerperal, também foi destacado como uma evidência de seu padrão agressivo.
Em interrogatório, o acusado assumiu que agrediu Vitória em três ocasiões diferentes durante a gestação da companheira. A avó da vítima contou que acusado não respeitou o período de resguardo de Vitória e sempre a perturbava, inclusive sexualmente.
O júri considerou que o crime produziu consequências graves para o filho de Vitória, que vai crescer sem a presença da mãe. O menino hoje tem 3 anos de idade e está sendo criado pela avó e pela tia.
Ao todo, a condenação do réu foi de 64 anos e seis meses de prisão em regime fechado, sem diminuição de pena a serem analisadas.
Entenda o crime
O crime aconteceu em junho de 2021, na zona rural de Cujubim, por volta das 4h da madrugada. Segundo o delegado que investigou o caso, o suspeito e hoje condenado pelo feminicídio, atirou na cabeça de Vitória, que estava com um bebê de 35 dias, deixando a vítima agonizando.
Depois do crime, o homem foi na casa de um amigo para que ele fosse na residência e cuidasse do recém-nascido, e para que ele providenciasse socorro a Vitória. Em seguida, o suspeito foi na casa dos tios e pediu para eles também ir na casa e socorrer a vítima.
“Os tios queriam chamar o Samu e acionar a polícia e ele argumentava com ênfase que não deviam fazer isso senão a vítima ia morrer porque ela já estava agonizando” , diz o delegado.
Os tios foram ao local com veículo próprio e, com a ajuda de um amigo, colocaram a criança no carro e a levaram ao hospital e chamaram a polícia.
Ao delegado, o amigo contou na época que a criança estava sob o colo de Vitória, chorando e a mãe tentava pegar a filha com um braço, mesmo agonizando devido ao tiro.
A testemunha relatou que quando pegou a criança no colo, Vitória ainda tentou esticar o braço para o alto, ainda na tentativa de pegar seu filho.
Vitória chegou a ser levada ao hospital de Porto Velho em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos.
O acusado do crime foi preso dois meses depois em em Barra do Garças, (MT), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) desde de então se encontra preso.