Decisão deu seis horas para que a empresa recolha o produto e comprove o cumprimento da determinação judicial. A JBS diz que o lote não foi comercializado ou utilizado como matéria-prima de charque.
A Justiça determinou neste fim de semana que o frigorífico da JBS em Pimenta Bueno (RO), recolha os lotes vendidos de charques que estavam na câmara fria da unidade quando houve um vazamento de amônia na semana passada.
O vazamento aconteceu no dia 15 de fevereiro e graças a um alarme disparado pelo sistema de detecção de amônia do frigorífico, os trabalhadores deixaram o local rapidamente. Com a situação, 22 funcionários precisaram de atendimento médico. Eles relataram dificuldades para respirar, mas foram liberados no mesmo dia.
O Ministério Público Estadual (MP-RO) abriu um inquérito para apurar possível dano ambiental e durante as investigações descobriu que a empresa charqueou e vendeu as carnes que estavam na câmara fria onde houve o vazamento do gás.
O MP entrou com ação na Justiça pedindo o recolhimento do produto vendido e apresentou como prova o depoimento à polícia de um gerente da indústria informando que haviam 150 animais abatidos no local e que a carne foi vendida.
Na decisão assinada na noite de sexta-feira (26), a juíza Ane Bruinjé deu um prazo de seis horas para que a empresa promova o recolhimento dos lotes de charque ou carne que tiveram contato com a amônia.
A magistrada também determinou a apresentação de documentos que comprovem o retorno do produto à unidade. E ainda nomeou a JBS como fiel depositária (responsável pelo armazenamento da carga) até que seja avaliada a possibilidade de consumo sem riscos.
Ao G1, a JBS explicou que o lote não foi comercializado ou usado como matéria-prima de charque. Em nota, a empresa afirmou que o lote passará por mais duas análises laboratoriais, para complementar as já realizadas e que irão atestar a inexistência ou não de contaminação.
Confira à íntegra da nota:
A JBS reitera que seu compromisso com a segurança e a qualidade de seus produtos é inegociável. Com relação à ordem determinada, a JBS esclarece que o lote não foi comercializado ou utilizado como matéria-prima de charque.
O lote passará por mais duas análises laboratoriais, em complemento às análises já realizadas e que irão atestar a inexistência ou não de contaminação.
A JBS manterá o lote em estoque até o recebimento dos resultados das análises, que serão também apresentados às autoridades.
(Por G1 – RONDÔNIA)