De 04 a 06 de março, a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé promove a formação de usuários do Sistema de Monitoramento de Desmatamento Kanindé (SMDK) para representantes de quatro terras indígenas (Pacaas Novas, Uru Eu Wau Wau, Sete de Setembro e Rio Branco de Rondônia), além de parceiros convidados.
A formação vai acontecer no escritório da Kanindé, em Porto Velho. O objetivo é que os indígenas sejam formados para usar a plataforma no monitoramento em seus territórios, aliando a ferramenta ao conhecimento tradicional de cada povo e comunidade.
O SMDK é um sistema que monitora invasões e desmatamentos nas terras indígenas do estado de Rondônia. Através de alertas gerados pela plataforma, o Núcleo de Geoprocessamento e Monitoramento Territorial Kanindé consegue verificar e validar o alerta.
“Todos os dados gerados vão para o núcleo de incidência, o alerta pode ser verificado em campo ou no escritório. Dependendo do grau do alerta, formalizamos a denúncia aos órgãos fiscalizadores e à imprensa. Nós temos os núcleos técnico, jurídico e de comunicação trabalhando colaborativamente para garantir a divulgação das informações”, explica Israel Vale, coordenador de Monitoramento da Kanindé.
A concepção da plataforma nasceu quando a Kanindé percebeu a urgência de desenvolver seu próprio sistema de monitoramento. Esta plataforma oferece atualizações diárias sobre as atividades nas terras indígenas, enquanto outras plataformas apresentam tempos de resposta variados, podendo demorar até 15 dias para emitir alertas.
A criação do SMDK aliou a experiência em monitoramento da Kanindé com as demandas apresentadas pelos povos indígenas. A ferramenta fornece uma resposta quase em tempo real do que está acontecendo nos territórios, tornando possível a realização de ações efetivas contra as invasões ilegais.
O sistema, que está em funcionamento desde 2021, foi criado em parceria com a organização não-governamental WWF-Brasil e com as associações indígenas, a partir do financiamento da Fundação Gordon e Betty Moore. A plataforma também inclui alertas de outros sistemas a nível nacional. Inicialmente, apenas cinco terras indígenas eram monitoradas, hoje o monitoramento abrange todos os territórios indígenas de Rondônia e já há discussões para ampliar a cobertura do sistema.
(Fonte: Comunica Kaninde)