Espigão do Oeste/RO – O garimpo de diamantes na reserva indígena Roosevelt é a passagem de garimpeiros que procuram o Hospital Municipal de Espigão d’ Oeste com sintomas da malária. Em apenas cinco dias, vinte e duas pessoas fizeram exame de malária no hospital, todas estavam contaminadas pela doença. Dessas apenas uma não tinha passado pelo garimpo. “A realidade é essa. O garimpo está aí, e tudo está caindo em Espigão d’Oeste. A prova está nas fichas, eles não podem mentir,” afirma a diretora do hospital Ivani Lourdes Conte.
Na semana passada, o garimpeiro Ermínio Pacífico Menezes, 46 anos, não resistiu e morreu de malária. Em estado grave ele foi atendido no hospital de Pimenta Bueno, que o encaminhou ao CEMETRON em Porto Velho. Ele morreu 200 quilômetros antes de chegar na capital. Do garimpo até o hospital de Pimenta Bueno o garimpeiro teve que percorrer mais de 150 quilômetros.
Segundo a diretora do hospital de Espigão d’Oeste, Ivani Lourdes Conte, uma paciente com malária, que tinha chegado do garimpo, afirmou que mais de cinqüenta pessoas lá dentro apresentavam sintomas da doença e iriam procurar a unidade de saúde.
A preocupação da diretoria da unidade é com relação ao alto consumo de medicamentos. “Eles consomem tudo, é vitamina, é dipirona, é plasyl. Eles chegam com vômito, muita febre, dor de cabeça, e tem vezes que a febre é tanto que chega convulsionando. Eles chegam para nós num estado assim, muito defasado”, disse.