PorLúcio Albuquerque, repórter
A Argentina é campeã do mundo – não discuto o título até porque não manjo muito de futebol – e Messi, segundo um comentarista da Sportv (emissora que dizem ter ligações umbilicais com a Rede Globo) que mandou para o ar “Messi é o melhor jogador do Século”.
Bom, faltando ainda – se a gente conseguir chegar lá, faltando ainda 78 anos para virarmos a página do primeiro Século do segundo milênio, ainda muitos outros jogadores serão chamados de “melhor do mundo”, o que leva a lembrar do ditado: “Muita água ainda vai passar embaixo da ponte”.
Não precisa entender muito de futebol para chegar à conclusão, é só ver um jogo dele para sentir ser o Messi um diferenciado, e que diferença, em relação à seleção hermana e aos mortais que estiveram agora até ontem correndo atrás, uns dos outros, pelos campos do Qatar.
Qatar, cujo futebol é tão ruim, talvez mais do que aquele catariano que apitou a disputa do 3º lugar. E o Messi? Boimn, eu não tenho o futebol nem como meu 6º esporte predileto, mas acompanho os comentários do que vale a pena acompanhar, e vejo jogos que sei terá algum diferenciado em campo.
Nessa Copa vi um jogo do Brasil e a babação da “vênus platinada”, através dos canais Sportv em relação ao Neymar, como assisti o Cristiano Ronaldo, ambos endeusados pelo pessoal do setor.
Não estou dizendo que alguém das transmissões possa ser enquadrado como do grupo denunciado pelo Juca Chaves nos versos “O futebol/é o ganha-pão/da imprensa”, na música, “Caixinha, obrigado”. Mas que há muito mais elogios do que resultados, não duvido.
Ouvi outro dia um comentário de quem “a seleção brasileira de 1982 é a melhor do país em todos os tempos”. Bom, eu tive a sorte de ver a seleção de 1970 jogando no Maracanã nas eliminatórias, e o resultado foi o tricampeonato do México. Claro, não foi por ter visto Pelé e companhia no Maracanã, mas porque aquele time era muito mais que todos.
Comparemos Neymar, super endeusado pela mídia tupiniquim a quem? Bom, eu vi o Garrincha jogar, e ele estava no auge. Como Pelé, levava pauleira danada, mas ambos não ficavam fazendo cena. Ver um Botafogo x Santos naquela época era programa de turismo desportivo e show. Aliás, uma pergunta: em que lugar se colocaria Neymar na seleção do tri?
Voltemos ao “melhor jogador do Século XXI” conforme o analista do Sportv, ainda é cedo. Sem dúvida Messi pode figurar entre os grandes, numa análise aí por volta de 2060, mas ainda está muito cedo para coroá-lo.
Vamos à escolha deste mundial, onde Messi teve um concorrente à altura, o francês Mbbapé, que (quem sabe?) poderia ter sido o melhor do campeonato, se a França tivesse ganho, e que já é uma forte aposta para ser o melhor de 2026.
E do que falo da Seleção Brasileira? Vi pouco, aliás só um jogo inteiro na derrota para “les Lions Indomptables”. Deixo para meu amigo o Zé Ribamar, nosso “Garganta de Ouro” da turma antiga da rádio Caiari, que ele diga o que viu e o que sentiu da nossa seleção cinco vezes “hexa”.