O Ministério Público Federal (MPF) concluiu a investigação aberta para apurar os casos de assédio sexual e moral envolvendo Pedro Guimarães ex-presidente da Caixa Econômica Federal e empregadas do banco que o acusaram. O processo corre sob o mais alto grau de sigilo.
Em razão do segredo imposto aos autos, não se sabe ainda quais medidas o procurador responsável pelo caso adotou. E, o MPF, não confirma, nem extraoficialmente, se Guimarães foi alvo de uma acusação formal.
Caso tenha ocorrido, o juiz avaliará a denúncia e decidirá se o ex-presidente da Caixa deve ou não ser condenado criminalmente. Além de Guimarães, outros executivos do banco também foram acusados de praticar os assédios.
Vale destacar que o Ministério Público do Trabalho (MPT) já havia pedido à Justiça trabalhista a condenação do ex-presidente do banco ao pagamento de multa de R$ 30,5 milhões por danos morais coletivos em razão dos casos de assédio sexual e moral. Na mesma ação, o MPT pediu também que a Caixa fosse condenada a pagar R$ 305 milhões.
De acordo com o MPT, o número de assédio quadruplicou no banco durante a gestão do ex-presidente da Caixa. Entre 2013 e 2018, a média de denúncias de assédio recebidas pela Caixa era de 80 por ano. A partir da gestão de Pedro Guimarães, em 2019, até o dia 1° de setembro de 2022, a média subiu para 343 denúncias por ano – um aumento de aproximadamente 425%.
“É importante que esse caso seja resolvido e essa página seja virada com suas devidas punições para a Caixa seguir em frente sendo justa com os empregados e empregadas”, declara Paulo Matileti, presidente da APCEF/RJ.
Gestão humanizada – A escolhida do presidente Lula para presidir a Caixa, a diretora da Fenae e Conselheira de Administração do banco, Rita Serrano, falou com a Federação sobre a crise reputacional do banco após as denúncias e avisou que o assédio na Caixa vai ficar para trás. “É um escândalo vergonhoso para a história da Caixa”, disse. “Mas a era de assédio vai acabar. Nós vamos humanizar as relações de trabalho”, afirmou.
“Assédio Nunca Mais” – No último mês, a jurista e advogada atuante nos processos das denúncias da Caixa, Soraia Mendes, conversou com a Fenae sobre o caso. Para ela, este é o maior escândalo de assédio sexual no Brasil. Ouça o podcast no Spotify ou assista no Youtube da Fenae a conversa, que teve a participação da diretora de Políticas Sociais da Fenae, Rachel Weber e da psicóloga do trabalho, pesquisadora e professora Fernanda Sousa Duarte.
Fonte Fenae