As mulheres respondem por 29% dos cargos de liderança na indústria. Ao mesmo tempo, em cada 10 indústrias brasileiras, 6 contam com programas ou políticas de promoção de igualdade de gênero, e 61% delas afirmam ter esses programas há mais de cinco anos.
Os dados são de pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada nesta quarta-feira (8), no Dia Internacional da Mulher. O levantamento, feito com mil executivos industriais — dos quais 40% são mulheres —, mostra também que 57% dos entrevistados dão importância alta ou muito alta às políticas de gênero.
“Os resultados mostram que a questão da igualdade no mercado de trabalho passa por uma mudança cultural. Isso demanda que mais mulheres estejam atuando dentro dos setores econômicos e em posições que permitam que elas participem do debate. Somente com mais mulheres atuando e participando da discussão é que nós conseguiremos quebrar um pouco dessa cultura machista e tornar o mercado de trabalho, o setor industrial, mais receptivo a elas”, avalia Anaely Machado, especialista em mercado de trabalho da CNI.
Para que as medidas sejam efetivas, segundo ela, é necessário garantir que as mulheres tenham iguais oportunidades de ocupar cargos que de fato pagam mais. “É garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens em cargos que tenham maior exposição, que paguem maiores salários, principalmente cargos de liderança; isso trará maior equiparação salarial entre homens e mulheres”, afirma.
Atualmente, as mulheres representam um quarto da força de trabalho na indústria. Dados do Observatório Nacional da Indústria da CNI, com base na Rais (Relação Anual de Informações Sociais), mostram que entre 2008 e 2021 mais mulheres chegaram a cargos de gestão no setor, passando de 24% para 31,8%.