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quinta-feira, dezembro 19, 2024

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Mundo tem 1 bilhão de obesos, indica estudo

Mais de um bilhão de pessoas vivem com obesidade em todo o mundo, mostram estimativas globais publicadas pela revista científica The Lancet.

Isso inclui cerca de 880 milhões de adultos e 159 milhões de crianças, segundo dados de 2022.

As taxas mais elevadas foram registradas em Tonga e na Samoa Americana para as mulheres e na Samoa Americana e Nauru para os homens, com cerca de 70 a 80% dos adultos com obesidade.

A equipe internacional de cientistas afirma que há uma necessidade urgente de grandes mudanças na forma como a obesidade é combatida.

A obesidade pode aumentar o risco de desenvolver muitos problemas de saúde graves, incluindo doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer.

“Em muitas dessas nações insulares, tudo se resume à disponibilidade de alimentos saudáveis ​​versus alimentos não saudáveis”, disse à BBC o pesquisador sênior Majid Ezzati, professor da Imperial College London.

“Em alguns casos, houve campanhas de marketing agressivas promovendo alimentos não saudáveis, enquanto o custo e a disponibilidade de alimentos mais saudáveis ​​podem ser mais problemáticos.”

O professor Ezzati, que analisa dados globais há anos, diz estar surpreso com a velocidade com que o quadro mudou, com muitos mais países enfrentando agora uma crise de obesidade, enquanto diminuiu o número de lugares onde pessoas estão abaixo do peso é considerado uma preocupação.

O relatório, analisa evolução de 1990 a 2022, constatou que a taxa de obesidade quadruplicou entre crianças e adolescentes. Entretanto, para os adultos, a taxa mais do que duplicou nas mulheres e quase triplicou nos homens.

Ao mesmo tempo, a proporção de adultos classificados como com baixo peso caiu 50%, mas os pesquisadores destacam que continua a ser um problema, especialmente entre as comunidades mais pobres.

adulto e criança escolhem verduras no mercado
Pesquisador aponta que custo e a disponibilidade de alimentos mais saudáveis ​​podem ser mais difíceis em alguns locais
 

“Este novo estudo destaca a importância de prevenir e controlar a obesidade desde o início da vida até a idade adulta, por meio de dieta, atividade física e cuidados adequados”, afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Ele acrescentou que isso exige trabalho dos governos e das comunidades e “requer de forma importante a cooperação do setor privado, que deve ser responsável pelos impactos dos seus produtos na saúde”.

Um dos autores do estudo, o dr. Guha Pradeepa, da Madras Diabetes Research Foundation, afirma que os principais problemas globais correm o risco de agravar a desnutrição causada pela obesidade e pelo baixo peso.

“O impacto de questões como as mudanças climáticas, as perturbações causadas pela pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia correm o risco de agravar as taxas de obesidade e de baixo peso, aumentando a pobreza e o custo dos alimentos ricos em nutrientes”, disse.

“Os efeitos em cadeia disto são a alimentação insuficiente em alguns países e famílias, e a mudança para alimentos menos saudáveis ​​noutros.”

A rede de mais de 1.500 pesquisadores, em colaboração com a OMS, analisou medidas de altura e peso de cerca de 220 milhões de pessoas com cinco anos ou mais. Eles usaram uma medida chamada índice de massa corporal, o IMC.

Embora reconheçam que esta é uma medida imperfeita da extensão da gordura corporal e afirmem que alguns países têm dados melhores do que outros, argumentam que é a mais amplamente utilizada, tornando possível a análise global.

Brasil

Outra pesquisa mostrou que, numa análise do impacto econômico da obesidade em 161 países, mantidas as tendências atuais, em 2060 o Brasil será a sétima economia do mundo com maiores gastos relacionados à condição.

Segundo as projeções, divulgadas em um estudo publicado na revista científica BMJ Global Health, o percentual de pessoas obesas ou com sobrepeso no Brasil deverá chegar a 88,1% em 2060, resultando em um impacto econômico de US$ 218,2 bilhões (cerca de R$ 1,3 trilhão).

O cálculo leva em conta tanto gastos médicos diretos quanto os resultantes do processo de buscar cuidados de saúde, como o custo de viagens para pacientes e acompanhantes. Também inclui perdas econômicas resultantes de mortes prematuras, dias de trabalho perdidos e queda de produtividade devido a problemas de saúde relacionados ao excesso de peso.

De acordo com o estudo, em 2019 a prevalência de sobrepeso e obesidade no Brasil era de 53,8% da população e gerava impacto econômico de US$ 37,1 bilhões (cerca de R$ 190,5 bilhões), o décimo maior entre os 161 países. (BBC)

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