Autor de um novo estudo sobre o tema diz que ficou perplexo com a descoberta
Movimento do líquido do núcleo externo
A Terra é composta por várias camadas: crosta, manto, núcleo externo e núcleo interno, cada uma com características distintas. O núcleo interno, uma esfera sólida de ferro e níquel com um raio de aproximadamente 1.220 km, é estudado através de ondas sísmicas geradas por terremotos devido à sua localização profunda.
No estudo, os pesquisadores analisaram dados sísmicos de 121 terremotos entre 1991 e 2023, além de dados de testes nucleares. Eles concluíram que a desaceleração do núcleo interno está relacionada ao movimento do líquido no núcleo externo e à atração gravitacional do manto.
“Quando vi os sismogramas que sugeriam essa mudança, fiquei perplexo. Mas ao encontrarmos mais de duas dúzias de observações com o mesmo padrão, o resultado foi incontestável. O núcleo interno tinha desacelerado pela primeira vez em muitas décadas”, disse John Vidale, líder do estudo e professor da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos.
Essa mudança na rotação do núcleo pode afetar a duração dos dias, mas de forma mínima, apenas frações de segundo. “É muito difícil perceber, na ordem de milésimos de segundo, quase perdido no ruído dos oceanos e da atmosfera”, afirmou Vidale. Os pesquisadores esperam aprofundar a investigação para entender melhor os motivos dessa desaceleração e seus possíveis impactos na Terra. (Canal History)