Mesmo com 85 anos de vida dedicados a criar uma família com todo amor e carinho, não bastaram para que a dona Hilarina de Freitas Carvalho tivesse um pouco de sossego até para descansar.
Ela descobriu um câncer em estágio avançado e para ter atendimento especializado, procurou a rede pública de saúde para receber os cuidados necessários. Porém, mesmo com a idade e a doença delicada, ela não teve tratamento adequado até o momento.
Segundo o filho Jorge Carvalho, desde segunda-feira (14), a mãe está nos corredores do Hospital e Pronto Socorro João Paulo II. Em um primeiro momento, ficou sentada por quase dois dias em uma cadeira de rodas, tomando soro.
Segundo fotos e relatos de Jorge, corredores estão lotados e tem gente (novamente) na garagem do hospital
“Não tem leito disponível. Ela é cadeirante e mesmo assim deram como internada. Está toda inchada e não tinha onde deitar. Para piorar essa situação calamitosa, ainda estavam querendo colocar uma sonda nela mesmo na cadeira. A garganta está toda fechada de metástase de câncer e não conseguia nem fazer as necessidades fisiológicas. Parece pior do que animal”, explicou ele.
Menos pior
Depois de tantos protestos e reclamações, dona Hilarina conseguiu uma maca, mas ainda nos corredores calamitosos do João Paulo II.
“A imunidade dela é baixa em virtude da quimioterapia, por ela ser uma paciente oncológica. Mas a situação está a cada dia pior. A gente está tentando levá-la para morrer em casa. Lá está um surto de Covid mais horrível do mundo. Tem gente na garagem. Parece um matadouro e não tem lugar mais para ser humano nenhum. Não é lugar para gente. O hospital está matando a população em vez de tratar”, comentou Jorge Carvalho.
Mesmo com 85 anos e com câncer avançado, dona Hilarina não escapou do caos da saúde pública de Rondônia
O Rondoniaovivo entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), mas até o fechamento desta reportagem, não recebemos nenhum retorno sobre a situação da dona Hilarina nem sobre a superlotação nos corredores do João Paulo II.
Caso haja alguma manifestação, faremos a atualização deste texto, garantindo o espaço para os esclarecimentos da Sesau.