A segunda fase da Operação Personas, comandada pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO), a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco 1) e a Receita Estadual, está sendo realizada nesta quinta-feira (22) e tem como objetivo o cumprimento de quatro mandados de prisão e nove de busca e apreensão, 11 de sequestro de bens e dezenas de ordens judiciais de bloqueio de ativos (móveis e imóveis), expedidos pelo juízo da 4ª Vara Criminal atendendo a requerimentos formulados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Gaesf).
A ação visa combater organização criminosa que atua principalmente nos municípios de Guajará-Mirim e Porto Velho, desde 2015, com crimes de sonegação fiscal por meio de empresas do ramo de materiais de construção, principalmente ferragens para construção civil, gerando um dano tributário total de mais de R$ 25.000.000. O nome da operação é uma alusão à forma como a Orcrim atuava, mediante utilização de empresa em nome de interposta pessoa (“laranja”).
Bens apreendidos
Além das prisões dos quatro principais membros da organização criminosa, foram deferidos mandados de sequestro de bens, visando a reparação do dano tributário causado. Os mandados em cumprimento objetivam o acautelamento de 3 caminhonetes cabine dupla; 2 carros de passeio; caminhões; uma lancha, entre outros bens adquiridos com produto dos crimes tributários praticados. Além desses bens, os mandados judiciais autorizaram as buscas por dinheiro, joias, relógios, obras de arte e outros ativos nas residências dos principais membros da Orcrim e também mercadorias estocadas irregularmente sem notas fiscais nas sedes de duas empresas, em Porto Velho e Guajará-Mirim, e em 2 (dois) galpões clandestinos utilizados pelo grupo. Foram decretados os bloqueios de contas bancárias, matrículas de imóveis, cadastros de rebanhos, criptoativos e outros bens de todos os denunciados, até o limite de R$ 16.500.000.
A Operação Personas, em sua 1ª Fase, já havia identificado a existência da Orcrim e angariou provas contundentes da atuação do grupo para a sonegação de mais de R$ 25.000.000,00 de ICMS. O MPRO, pelo Gaesf, também ofereceu denúncia criminal, nesta mesma data da deflagração da 2ª Fase, ao tempo em que requereu a prisão preventiva de 4 das 11 pessoas denunciadas (empresários do ramo de materiais de construção, contadores, procuradores, vendedores e um “laranja”). A denúncia requer a condenação dos réus às penas previstas para os crimes de organização criminosa, sonegação fiscal com grave dano à coletividade, falsidade ideológica e apropriação de ICMS, com penas que podem chegar a mais de 30 anos de reclusão, além da condenação solidária dos réus à reparação do dano causado.
O material apreendido na 1ª Fase da Operação Personas indicou a existência de outras seis empresas utilizadas em possíveis outras fraudes tributárias pelo mesmo grupo de pessoas. Nesta 2ª Fase, realizada mediante ação integrada do MPRO, Polícia Civil e Sefin, também foram autorizadas as apreensões de documentos e outros elementos de prova para continuidade das investigações com relação a essas outras empresas utilizadas pela Orcrim e também relativamente aos crimes de lavagem de dinheiro praticados para ocultar o proveito dos crimes tributários.