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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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OS 18 ANOS… Por Ernane Correia Domingues Júnior, aluno da Escola Cora Coralina, Cacoal

*Por Ernane Correia Domingues Júnior

Dia após dia, perdia-me pensando nesse número. Contava os segundos, mas não por ansiedade de querer que esse momento chegasse; era por querer justamente que ele nunca chegasse. Com o passar do tempo, pessoas me perguntaram: “o que de mais tem nesse número para você se incomodar tanto?” E, com o tempo, eu percebi que o que tanto me apavorava nisso era justamente o tempo… Tempo que passou e não volta mais.

Na minha visão, esse não é só um número. Ser visto como um adulto, ter que lidar com responsabilidades e perceber que aquele tempo de facilidades e brincadeiras infantis está acabando…  Pouco a pouco, eu me vejo mais nesse buraco chamado maioridade.

Responsabilidades, incertezas, rivalidades e principalmente, o que me dá mais medo: o novo. Tudo que é novidade sempre me deu medo, mas dessa vez, dessa vez, é angustiante.

Será que eu estou pronto para tudo isso? Tudo que eu ainda tenho que aprender e viver; tudo que eu tenho que fazer e desistir de fazer por motivos diversos; tudo que eu vou sonhar e desistir de sonhar, porque isso faz parte da vida.

Sinto minha espinha tremer, mãos soar, olhos encherem e coração acelerar. Já não sei mais o que pensar, ao mesmo tempo que nada parece ter mudado, tudo parece estar mudando. Ao mesmo tempo que eu quero viver coisas novas, não quero me decepcionar novamente, ao mesmo tempo que quero sentir o peito queimar, clamando por tudo que é novo, eu me conforto com o frio do normal e pacato.

Confusão, medo, raiva… Tudo isso borbulhando de dentro para fora e, enquanto isso, tudo que eu posso pensar é que o temporizador chegou a zero. Finalmente o dia do juízo final chegou!

São 18 voltas em torno do sol, 18 vezes que vi pessoas comemorarem meu nascimento, 18 vezes que presenciei o frio do inverno, 18 vezes que desejei que esse dia nunca existisse, para que meu tempo se estendesse mais um pouco. Tempo, será que é mais um ano vivido ou mais um ano perdido?

* Ernane Correia Domingues Júnior – Aluno do 3º Ano da Escola Cora Coralina/Cacoal

 

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