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segunda-feira, dezembro 30, 2024

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Pais e professores formam cooperativa e criam escola de sucesso em Cacoal

Nelsi disse que o principal objetivo do colégio é ser referência na educação e agente transformador da sociedade, por meio das práticas cooperativistas

O que a princípio foi visto como um cenário desanimador, deu lugar a um empreendimento de sucesso, que está fazendo a diferença na vida de muitas famílias, em Cacoal. É assim que começa a história da Cooperativa Educacional de Cacoal, que criou o Colégio Coopecc, uma escola que com apenas seis anos de existência, já é considerada uma instituição de credibilidade no município.

O fim do Colégio Ulbra foi anunciado em julho de 2017. Representantes da Associação Educacional Luterana do Brasil, mantenedora da escola, informaram, em reunião de pais, que as portas do estabelecimento seriam fechadas no final daquele ano, por motivos financeiros. “Os pais que ali estavam se desesperaram, pois não queriam acreditar naquela notícia”, relembra a gestora escolar Nelsi Kracke Forster, diretora do Colégio Coopecc, que ocupava o mesmo cargo na antiga escola, além de ser mãe de duas alunas.

Após o anúncio do fechamento da escola, pais e professores decidiram se unir e buscar uma solução para o problema, criando uma cooperativa. Houve muitas reuniões, visitas, além de treinamentos com o Sistema OCB/SESCOOP e no dia 19 de outubro de 2017 o projeto se tornou realidade.

No início eram somente 84 alunos. Hoje, seis anos depois, já são 484 crianças e adolescentes, frequentando regularmente o Colégio Coopecc, que atende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio. O sistema de ensino adotado pelo colégio é o Bernoulli.

Sobre as metas para os próximos anos, a diretora disse que haverá novos investimentos na estrutura física do colégio e na qualidade de ensino. O principal objetivo, segundo ela, é ser referência na educação e agente transformador da sociedade, por meio das práticas cooperativistas. “O apoio das cooperativas de crédito, em especial da Sicoob Credip, tem sido fundamental para o sucesso do Colégio Coopecc”, afirmou ela, acrescentando que “hoje podemos afirmar que conhecemos a força do cooperativismo”.

Atenção e cuidado com os pequenos

A força da cooperação

A cooperativa, que nasceu com a união de pais e professores, enfrentou várias dificuldades, mas não teve que caminhar sozinha. “No começo foi muito difícil, porque houve baixa adesão, mas com o apoio das cooperativas de crédito, como a Sicoob Credip, que abraçou a causa e a Sicoob Fronteiras e a Cresol, que vieram depois, a Coopecc sobreviveu e hoje contamos com um número de alunos bastante significativo”, disse o psicólogo Wilson Plaster, pai de aluno na época de criação da cooperativa. Segundo ele, parcerias firmadas, logo no início, com a Prefeitura Municipal e outras instituições, também contribuíram com o bom andamento do projeto.

Wilson conta que os obstáculos continuaram surgindo, como a pandemia, que chegou ainda no segundo ano de funcionamento do colégio. O mais recente desafio, segundo ele, foi a aquisição do prédio, no final de 2023. “Mais uma vez contamos com a parceria da Sicoob Credip”, afirmou.

Com a aquisição do prédio, a cooperativa se fortalece para avançar ainda mais. “Cacoal é uma das melhores cidades do estado em assistência de escolas particulares, mesmo assim temos possibilidade de continuar crescendo e quem sabe levar essa proposta para outros municípios”, disse Wilson.

O ambiente acolhedor tranquiliza as famílias

Benefícios para todos

O gerente Jonas Alves da Costa Júnior, disse que ao apoiar a Coopecc, a Sicoob Credip está colocando em prática um dos princípios mais importantes do cooperativismo, que é a intercooperação. “É uma parceria que gerou resultados positivos para a Coopecc, mas para nós também”, afirmou.

Segundo o gerente, a aliança começou desde a constituição burocrática da cooperativa educacional. Depois foi firmado contrato de intercooperação, garantindo redução nos valores da mensalidade do colégio para os pais que fossem cooperados das duas instituições, o que atraiu tanto maior número de alunos para a Coopecc, quanto de associados para a Credip. A parceria mais recente foi o financiamento, com taxas subsidiadas, para a aquisição do prédio onde está instalada a escola.

Entre outras parcerias firmadas pelas duas instituições, está o desenvolvimento de projetos sociais, como a criação de um espaço para atender alunos com deficiência e a constituição da Cooperativa Mirim. Segundo o gerente, a Sicoob Credip acredita que todo investimento em educação gera bons frutos, principalmente quando o estudante está diretamente envolvido. “Quanto mais cultura cooperativista numa região, mais desenvolvida ela é”, afirmou.

O Colégio atende alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio

Ambiente tranquilo e acolhedor

Um ambiente tranquilo e acolhedor. É assim que Valquíria Almeida Onofrio define o Colégio Coopecc. Mãe de Yasmim, de 13 anos e Arthur, de 8, ela conta que seus filhos estudam na instituição há quatro anos e que está satisfeita com a qualidade de ensino e com o tratamento recebido. “Gosto muito do trabalho deles, porque estão sempre falando de Deus para meus filhos e ensinando a importância da oração e o valor da família”, disse.

Outro ponto positivo, segundo Valquíria, são os projetos desenvolvidos pela escola. Ela cita como exemplo a Festa das Regiões, que destaca as diferentes culturas do país e a Cooperativa Mirim, que ensina sobre cooperativismo. “São iniciativas que mostram mais conhecimento e novas oportunidades para os alunos”, afirmou

Patrícia Rezende, mãe de Samuel, de 13 anos e Davi, de 11, também está satisfeita com o colégio escolhido para os filhos. Aluna da antiga Escola Concórdia, na época da adolescência, ela afirma que mantém um vínculo muito especial com o local, que só lhe traz boas recordações. “Eu e meu irmão estudamos naquele prédio, minha filha que hoje tem 22 anos também e agora está sendo a vez dos meus meninos”, disse.

Segundo Patrícia, na época da transição de Ulbra para Coopecc, seus dois filhos permaneceram no colégio, porque ela e seu marido confiam na equipe da instituição. “Todos os funcionários sempre demonstraram responsabilidade, carinho e aquela sensação de que estava tudo bem”, relembra.

Patrícia afirmou também que confia na qualidade dos professores e do material utilizado. Segundo ela, as dificuldades iniciais foram superadas e o colégio está cada vez melhor, recebendo inclusive constantes investimentos em estrutura física. “Quando deixo meus filhos na escola, saio tranquila, porque sei que eles estão sendo bem cuidados e que estão felizes”, afirmou.

O número de alunos aumenta cada vez mais

Trabalhando de mãos dadas

Davi Ninch Antunes, de 11 anos, disse que o que mais gosta no colégio é a diversidade de ensinamentos, principalmente sobre cooperativismo. Eleito presidente da Cooperativa Mirim, Davi se mostra encantado com o segmento, que ele define como uma ação onde todos trabalham de mãos dadas e ninguém atrapalha ninguém. “Em uma escola que é uma cooperativa educacional, a gente tem a oportunidade de aprender mais sobre cooperativismo, de participar, de ajudar, então isso que é o mais legal, todo mundo está dentro, todo mundo pode”, explica.

A aluna Maria Thereza de Oliveira Bessi, de 14 anos, também afirmou que pretende levar o aprendizado sobre cooperativismo para sua vida. “É muito bom ajudar, até mesmo quando é alguém que não conhecemos”, afirma.

Vinicius de Lazari Carneiro, de 13 anos, disse que os projetos relacionados ao cooperativismo e a área da educação física são os que mais chamam a sua atenção. “Na nossa escola o interclasse é um grande evento, com tocha olímpica e outras atrações que tornam a noite de abertura uma coisa muito linda”, disse.

A aluna com deficiência Gabrielly Vitória Onofrio Viali, de 11 anos, respondeu a pergunta sobre o que mais gosta na escola, com um abraço na auxiliar pedagógica Bárbara Samara. Em seguida, disse que se sente incluída e feliz no colégio.

O aluno Leonardo Matos da Silva, de 17 anos, disse que o que mais lhe agrada é a interação que existe no colégio. “O que a escola tem de melhor são as pessoas que trabalham nela”, afirmou ele, citando nomes de professores e de outros funcionários da instituição.

Texto: Eli Batista
Fotos: Studio Book

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