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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Coluna Papudiskina – Em debate, a decisão política de Facchin e a falta de trato político de alguns vereadores de Cacoal

Papuzzzz

Não bastassem as tretas que rolam solta em Cacoal, inclusive com brigas de vereadores e internautas nas redes sociais, em nível de Brasil fomos surpreendidos por uma decisão “política” e escandalosa do Ministro Edson Fachin, que, na opinião de muitos, pagou um favor ao PT, que o nomeou para o cargo tempos atrás, ao fazer um malabarismo jurídico que, por ora, tornou o ex-presidente Lula novamente elegível para concorrer ao cargo de presidente da República em 2022.

Os argumentos utilizados pelo Ministro são frágeis, afinal de contas, a Lavajato iniciou seus trabalhos há 07 anos. O próprio Fachin respondeu a questionamentos de advogados da defesa de Lula e manteve o processo com o núcleo de Curitiba. Por que, só agora, ele tomou essa decisão? Foi, certamente, uma decisão estranha, que coloca em risco uma operação gigantesca, que não prendeu apenas Lula, mas também dezenas de outras pessoas, também acusadas de cometerem crime. Independente de existirem ou não vícios nesses processos, eles foram convalidados, dezenas de vezes, por várias instâncias do judiciário, incluindo o STJ e o STF. Retirar o caso e remetê-lo agora para outro tribunal é algo absurdo. Não tem como não entender essa decisão como um ato político em favor do ex-presidente. O próprio Facchin já confessou, várias vezes, ser um militante de esquerda, desde a época em que cursava o ensino médio e superior. Enfim: nesse angu tem caroço.

Bem, deixemos essa escandalosa decisão do Facchin, para falarmos um pouco do que está rolando em Cacoal. Por aqui, o projeto que visava a extinção do cargo de procurador, trasbordou para as redes sociais, gerando bate-boca entre vereadores e internautas. Esse entrevero mostra aos vereadores, que estão entrando agora para a vida pública, que eles precisam aprender com os erros desses dias iniciais de mandato e mudar o comportamento daqui para a frente, se quiserem evitar desgastes.

Como qualquer ser humano, político também fica indignado quando contrariado. No entanto, quem tem um cargo público eletivo – e quer continuar nessa seara – tem que entender que é preciso muita diplomacia. Alguns grupos de internet são criados com o objetivo de confrontar os políticos e nem todos os seus membros agem dentro do marco civilizatório. No entanto, o político tem que ser equilibrado e saber que a política – já diziam os antigos – é a arte de engolir sapo.

Assim como um comerciante, que, por mais que o cliente lhe faça raiva, tem que manter a compostura, o político também tem de ouvir muito e responder só o essencial. Em vez de bater boca, tem que se limitar a fundamentar tecnicamente ou ideologicamente o seu ponto de vista e esquivar-se e fugir de armadilhas.

Outra coisa que um político nunca deve fazer em rede social é ameaçar um cidadão de que vai processá-lo. Esse tipo de fala é muito prejudicial à imagem de um político, visto que, em campanha, qualquer candidato se coloca como um verdadeiro democrata, que irá ouvir o povo e não irá fugir às críticas ou cobranças. Só em último caso o político deve processar alguém que ultrapassar todo o limite do tolerável, mas isso no âmbito jurídico e nunca ser dito em rede social. Quando se ameaça de processar, a melhor coisa a ser feita é não consumar o ato, pois, ao fazê-lo, vai passar a imagem de vingativo, perseguidor etc.

Alguns políticos, obviamente, sabendo que a internet é um campo minado e explosivo, podem simplesmente querer fugir dos debates em redes sociais. Isso também não é bom. A menos que queira ter apenas um único mandato, o melhor é manter-se ativo em vários grupos e interagir com os eleitos. Se for confrontado, responda elegantemente. Se for xingado, não devolva o xingamento, pois em demonstrando educação, atrairá a empatia das demais pessoas do grupo e deixará o seu algoz sem argumento. O recurso de processar cidadão é uma tentação de todo político, mas é algo que só traz prejuízos, mesmo que consiga êxito no judiciário. Se não tem uma resposta conclusiva, diga que vai estudar o caso, que vai debater melhor o tema com os seus colegas do legislativo etc. Por fim, nunca revide grosserias com grosserias. Quatro anos passam rápido e talvez nesse tempo o processo que você moveu contra o cidadão nem teve um desfecho e a única coisa que conseguirá nesse tempo é perder a chance de ser reeleito.

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