Porto Velho/RO – Patrimônio natural de Porto Velho, as cachoeiras de Santo Antônio e Teotônio, destacadas na mini-série Mad Maria – que retratou a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré no início do século passado – chamam a atenção pelas suas corredeiras e pedras, que formam paredões evidentes ao longo de vários quilômetros.
As duas possuem peculiaridades que atraem diferentes perfis para visitação: a cachoeira de Santo Antônio recebe turistas e banhistas pela beleza natural e porque suas corredeiras não oferecem perigo aos visitantes. Já a cachoeira de Teotônio, principalmente no período de seca (entre abril e setembro) chama a atenção pela diversidade de peixes encontrados no local.
A cachoeira de Teotônio possui dezenas de paredões que ficam parcialmente submersos pelas águas do rio Madeira e que formam tombos de até 45 metros de profundidade, um perigo para a vida dos pescadores e até de oficiais do Corpo de Bombeiros.
Quedas
O mistério é que mesmo os pescadores mais experientes caem nos tombos. Alguns para soltar linhas e anzóis que ficam presos e geralmente não são encontrados devido à dificuldade de resgate. Só este ano 22 pessoas morreram nas corredeiras de Teotônio. “É muito difícil encontrar um corpo, pois não podemos pular nas corredeiras”, explica o sub-comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, capitão Cleildo Rodrigues de Cristo.
Pelo menos por enquanto essa preocupação parece ter diminuído para o efetivo que atua no grupo de busca e salvamento do Corpo de Bombeiros. É que com a chegada das chuvas, os tombos são totalmente cobertos pelas águas e os índices de mortes diminuem significativamente, porque também diminui a quantidade de pescadores no local.
“Todos que chegam aqui no meu bar dizem que são cuidadosos, mas muitos nunca mais voltaram para contar a história”, diz a comerciante Maria Paula, que mora nas proximidades da cachoeira de Teotônio.
Em virtude dos índices de acidentes e mortes, o Corpo de Bombeiros orienta aos visitantes que evitem tomar banho nas corredeiras e ao longo das duas cachoeiras são encontradas placas de sinalização que alertam para os perigos que caminham lado a lado com a beleza natural, ímpar na região de Porto Velho.
Peixes
Embora as espécies mais procuradas sejam os Jaús, Dourados e Pintados, também é possível fisgar Pirararas, além de uma grande variedade de outros peixes que sobem o rio e ficam na base da cachoeira de Teotônio e fazem a alegria dos pescadores esportivos e até dos predadores.
Risco
Uma dessas cachoeiras, a de Teotônio, corre o risco de sumir do mapa, com a inundação para a construção da hidrelétrica Santo Antônio, na região de Porto Velho. O projeto da usina prevê que a cachoeira fique com o aspecto permanente de temporada de cheia, ou seja, com praticamente todas suas pedras e paredões cobertos pelas águas do rio Madeira.
Como chegar
A cachoeira de Teotônio fica distante do centro de Porto Velho cerca de 40 quilômetros. O acesso pode ser via terrestre, através de veículos particulares seguindo pela BR 364 sentido Rio Branco. A cachoeira de Santo Antônio fica mais próxima da Capital, cerca de seis quilômetros. O acesso pode ser via terrestre, seguindo pela Estrada do Cujubim, de veículos particularidades ou ônibus de linha, que cobram tarifa intermunicipal de R$ 1,80.